BNDES vai
repassar R$ 148 bilhões para o governo em agosto
O dinheiro é
destinado ao Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) e o Tesouro Nacional
O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai desembolsar, no início de
agosto, R$ 148 bilhões para o governo federal, sendo R$ 130 bilhões para o
Tesouro Nacional e o restante para o Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que
apresenta um déficit de R$ 18 bilhões. A informação foi dada pelo presidente do
BNDES, Dyogo Oliveira, em entrevista coletiva em Buenos Aires, onde participou
da Conferência sobre Infraestrutura para o Desenvolvimento da América Latina.
Oliveira disse que o
banco está finalizando, com o Ministério da Segurança, um edital para definir
os termos pelos quais serão liberados R$ 42 bilhões, nos próximos cinco anos,
para a segurança dos estados e municípios. Para este ano, está prevista a liberação
de R$ 5 bilhões.
Para receberem os
recursos, estados e municípios terão que demonstrar condições de pagar a dívida
que contraírem. Eles podem usar, como garantia, o Fundo de Participação dos
Estados (FPE) – que são recursos repassados pelo governo federal aos governos
estaduais.
Nova imagem
Durante o evento em
Buenos Aires, promovido pela CAF (como é chamado o Banco de Desenvolvimento
para a América Latina, com sede na Venezuela), Oliveira falou sobre a nova
postura do BNDES que, depois dos escândalos de corrupção no Brasil, adotou
medidas para aumentar a transparência e garantir a viabilidade de projetos de
infraestrutura.
Agora, o BNDES
publica a totalidade dos projetos nos quais está envolvido na sua página, algo
que, segundo Oliveira, “nenhum outro banco do mundo faz”. A medida, disse, é
para demonstrar à sociedade brasileira que “diante de tudo que aconteceu no
Brasil” o BNDES “tem uma qualidade ética elevada, o que não é pouca coisa”.
Oliveira ressaltou
que “nenhum funcionário do BNDES foi acusado de envolvimento” nos escândalos de
corrupção. O banco, disse, foi envolvido indiretamente porque algumas empresas,
financiadas pela instituição, são acusadas de pagarem propinas. Ele lembrou que
a função do BNDES não é fiscalizar a forma como uma empreiteira ganhou uma
licitação, mas que faz uma avaliação de risco de investimento na obra.
“O que estamos
fazendo é trabalhar muito a imagem do BNDES, divulgando o que estamos fazendo
às empresas e aos governos estrangeiros, e dizendo que continuamos aí, interessados
em investir no desenvolvimento e para ajudar as exportações brasileiras”, disse
Oliveira.
Novo foco
O presidente do
BNDES disse que vai focar mais em estudos da viabilidade técnica, financeira e
jurídica de projetos de integração física regional, como a segunda ponte sobre
o Rio Jaguarão, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Ele lembrou que
existem muitos projetos para integrar a América Latina, mas apenas metade saiu
do papel.
De acordo com Oliveira, uma das formas de viabilizar esses financiamentos é a Parceria Público Privada (PPP).
De acordo com Oliveira, uma das formas de viabilizar esses financiamentos é a Parceria Público Privada (PPP).
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