É preciso se
preocupar com as novas armas 'invencíveis' de Putin?
Agence France Presse
As novas armas
"invencíveis" russas, de "alcance ilimitado",
"hipersônicas", ou a laser, apresentadas por Vladimir Putin, fazem
temer uma nova corrida armamentista com os Estados Unidos. Que ameaças
representam e qual o interesse que elas têm para o presidente russo?
Quais são estas
armas?
O novo material militar apresentado por Putin - mediante imagens de síntese e explosões - inclui um míssil de cruzeiro de propulsão nuclear de "alcance ilimitado" e que se desloca seguindo um rumo imprevisível.
O novo material militar apresentado por Putin - mediante imagens de síntese e explosões - inclui um míssil de cruzeiro de propulsão nuclear de "alcance ilimitado" e que se desloca seguindo um rumo imprevisível.
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Putin também mostrou
o "Sarmat", um míssil balístico intercontinental de 200 toneladas,
que pode ser equipado com cargas nucleares.
Entre outros
materiais militares, também há um veículo submergível mais rápido que um
submarino, dois tipos de mísseis hipersônicos e uma misteriosa arma laser.
É necessário se
preocupar?
Durante seu discurso de apresentação, Putin pediu aos ocidentais que "escutem" a renovada potência militar da Rússia, embora tenha assegurado que "não ameaça ninguém".
Durante seu discurso de apresentação, Putin pediu aos ocidentais que "escutem" a renovada potência militar da Rússia, embora tenha assegurado que "não ameaça ninguém".
Especialistas
militares russos explicam que estas armas não são realmente novas, e outros
observadores afirmam que ainda não estão prontas.
"Já sabíamos do
'Sarmat' e também que este míssil experimenta grandes dificuldades",
explicou à AFP o analista militar russo Alexandre Golts.
Os americanos, por
sua vez, declararam estar "totalmente preparados" para combater as
armas apresentadas na quinta-feira.
O que Putin quer?
O discurso com tons marciais de Putin é feito duas semanas antes da eleição presidencial, que acontecerá em 18 de março na Rússia, após a qual o homem forte do Kremlin tem assegurado conseguir um quarto mandato de seis anos, devido à falta de uma oposição real.
O discurso com tons marciais de Putin é feito duas semanas antes da eleição presidencial, que acontecerá em 18 de março na Rússia, após a qual o homem forte do Kremlin tem assegurado conseguir um quarto mandato de seis anos, devido à falta de uma oposição real.
Putin fez alusão em
seu discurso à humilhação sofrida pela Rússia nos anos seguintes à
desintegração da URSS, em 1991, quando "faziam pouco caso" de Moscou.
O presidente goza de
uma considerável popularidade na Rússia e é, para muitos, o responsável pela
restauração da grandeza do país diante dos olhos do mundo.
Segundo o principal
opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, o âmbito militar é o único em que Putin
"pode mentir com impunidade". Se elogiar os êxitos da Educação ou da
Saúde russas, os eleitores seriam capazes de detectar suas mentiras, assegura.
Corrida
armamentista?
Vladimir Putin apresentou os esforços russos no âmbito militar como uma "resposta" à atividade militar dos Estados Unidos no mundo, e em suas próprias fronteiras, em particular o sistema de defesa antimísseis implementado na Europa oriental e na Coreia do Sul.
Vladimir Putin apresentou os esforços russos no âmbito militar como uma "resposta" à atividade militar dos Estados Unidos no mundo, e em suas próprias fronteiras, em particular o sistema de defesa antimísseis implementado na Europa oriental e na Coreia do Sul.
Embora o Kremlin
negue querer começar uma nova "corrida armamentista", Putin assegurou
em entrevista à NBC que esta já havia começado quando Washington se retirou do
tratado ABM de limitação de armas estratégicas durante o governo de George W.
Bush.
"Após
semelhante discurso (de Putin), nos Estados Unidos toda a elite política vai
votar por um aumento dos gastos militares", disse à AFP o especialista
Alexe Makarkin, para quem Putin lançou um "desafio" a Washington.
Quais são as
consequências?
O discurso de Putin piorou ainda mais as relações russo-americanas, já afetadas por persistentes desacordos sobre Ucrânia e Síria, e pela suposta interferência de Moscou na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016.
O discurso de Putin piorou ainda mais as relações russo-americanas, já afetadas por persistentes desacordos sobre Ucrânia e Síria, e pela suposta interferência de Moscou na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016.
Washington reagiu
acusando Moscou de "violação direta" dos tratados internacionais
assinados pela Rússia.
Os anúncios de Putin
poderiam fortalecer o posicionamento da Rússia, mas este plano também pode se
voltar contra Moscou, segundo Golts.
"A corrida
armamentista durante a Guerra Fria acabou mal para a URSS. Arruinou a economia
soviética, e a Rússia não dispõe dos mesmos recursos que a URSS. Por isso, isto
pode acabar mal para Moscou", assegura o especialista.
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