Petróleo, ainda
Manoel Hygino
Energia é problema,
de modo geral. A que chega pela fiação das distribuidoras de eletricidade e a
que move aparelhos de locomoção e transporte, em todas as regiões do planeta. O
Brasil mal está saindo de um desafio, porque as chuvas acomodaram as represas,
afastando embora temporariamente o risco de racionamento.
Energia, contudo,
não é nem será tema ultrapassado. Há os seus preços, que pesam em todos os
orçamentos: os industriais, públicos, comerciais, das famílias. Um professor da
Universidade de Upsala, Suécia, integrante de um grupo de trabalho, defendeu a
teoria de que a capacidade produtiva de petróleo no mundo, não conseguirá
acompanhar o aumento de demanda e entraria em declínio de 2013. Estamos nesse
período.
Em resumo: iniciamos
o processo de redução da produção de petróleo barato, até porque a extração
está mais cara. Produção cai, custos aumentam. O presidente da Shell no mundo
advertiu que poderá haver um próximo ciclo de disparada nos preços do petróleo,
caso a economia cresça. Seria uma nova e grave crise mundial. Para os
estudiosos, ela resulta de os respectivos problemas não serem considerados em
tempo hábil.
O jornalista Dídimo
Paiva comentou: “Com a aprovação do Projeto Regulatório do Pré-Sal (Petrosal),
todos pensamos que estávamos iniciando a grande tarefa de ressurreição do
Brasil. Alguns órgãos do governo da União informaram que nessa obra já temos
cerca de 250 mil pessoas qualificadas na sua execução. Uma tarefa grandiosa,
tanto mais que até hoje não conseguimos resolver o problema de educação de
qualidade para todos”.
Devemos voltar aos
Beatles e conformar-nos com a ideia que o sonho acabou? A verdade é que não
terminou o consumo elevado e o brasileiro quer carro, se possível mais de um. A
descoberta do pré-sal despertou esperanças, que se vão desvanecendo,
principalmente com a recente política de preços. Que, por sinal, já vai mudar.
Os piratas que
dirigiram a Petrobras deixaram um rastro de prejuízos e suspeição, que só o
tempo se encarregará de vencer, se possível. Mas a gente deste país paga alto
preço pelo enriquecimento ilícito de muitos. A empresa, no período áureo,
promoveu o maior investimento da indústria mundial de petróleo.
E agora?
Evidentemente se cuida do assunto, que é essencial, mas os horizontes ainda não
podem ser esplêndidos. O buraco, a cratera, é enorme, sequer foi medida em
termos de extensão e profundidade.
Como sair dessa
tragédia? Qual o prazo? Qual o preço? Evidentemente, os números serão
fantásticos e não nos desvencilhemos da maior crise econômica e moral de nossa
administração pública.
Investiga-se e
julga-se, enfrentando os meliantes com poder de fogo extremamente elevado. Não
se trata de um caso como o de um criminoso do naipe do Rogério 157, sucessor do
já preso Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que comandava a venda de entorpecentes
em boa parte do Rio de Janeiro. O negócio agora é outro: petróleo.
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