Zuckerberg faz
autocrítica no dia em que Facebook completa 14 anos
Agência France
Presse
Na reflexão sobre os
14 anos do lançamento do Facebook, Zuckerberg reconheceu os problemas na rede
social
Mark Zuckerberg deu
uma lição de autocrítica ao admitir que cometeu vários erros quando construiu a
maior rede social do mundo, o Facebook, que nesta segunda-feira (5) completa 14
anos on-line.
"Com os anos
cometi quase todos os erros que se pode imaginar", disse o cofundador do
Facebook em sua conta pessoal.
"Cometi dezenas
de erros técnicos e maus negócios. Confiei nas pessoas erradas e pus pessoas
talentosas nas funções erradas. Perdi tendências importantes e fui lento com
outras", escreveu.
Na reflexão sobre os
14 anos do lançamento do Facebook, quando era aluno de Harvard, reconheceu os
problemas na rede social, que tem dois bilhões de usuários. A companhia foi
alvo de críticas por facilitar a difusão de informações falsas e a manipulação.
Nas últimas semanas,
o Facebook anunciou medidas que adotará para se concentrar na família e nos
amigos, mesmo se isso significar que os usuários passem menos tempo na rede
social.
Em seu post, Zuckerberg
sugeriu uma reavaliação constante de como o Facebook trabalha.
"A razão pela
qual nossa comunidade existe não é porque evitamos os erros", escreveu.
"É porque
acreditamos que o que fazemos nos importa o suficiente para continuar tentando
resolver nossos maiores desafios, sabendo muito bem que erraremos de vez em
quando, mas é a única forma de progredir".
Facebook
divulga princípios sobre privacidade e lança campanha educativa
Agência Brasil
A iniciativa propõe
explicar como a empresa utiliza os dados coletados de seus usuários e como
estes podem controlar as informações disponibilizadas em seus perfis
O Facebook divulgou
nesta segunda-feira (29), pela primeira vez, seus princípios sobre a
privacidade de dados dos usuários e anunciou uma campanha de esclarecimento sobre a política de
privacidade da empresa. A iniciativa propõe explicar como a empresa utiliza os
dados coletados de seus usuários e como estes internautas podem controlar as
informações disponibilizadas em seus perfis.
O anúncio ocorre
logo após o Dia Internacional da Privacidade de Dados, celebrado no
domingo (28) justamente para aumentar a consciência das pessoas sobre a
importância da privacidade e proteção de dados pessoais em ambientes digitais.
Instituída em 2006, a data é um chamado para pesquisadores, ativistas,
empresas, autoridades e usuários refletirem sobre o tema.
Princípios
Entre os princípios
de privacidade do Facebook estão o controle da divulgação de informações pelos
usuários; medidas de explicação sobre o uso de dados por meio da Política de
Dados e de mensagens informativas; e a preocupação com a proteção de dados no
desenvolvimento de soluções tecnológicas.
A empresa também
incluiu nas orientações ações de segurança da informação para evitar vazamentos
e outros acessos indevidos aos dados mantidos pela plataforma; a escolha pelo
usuário do público de suas mensagens, bem como a chance de exclusão dos
conteúdos publicados; e a busca pela melhoria constante nos controles de
privacidade.
“Reconhecemos que as
pessoas usam o Facebook para se conectar, mas nem todos querem compartilhar
tudo com todos – incluindo conosco. É importante que você tenha escolhas quando
se trata de como seus dados são usados”, disse a diretora de privacidade da
companhia, Erin Egan, em nota divulgada nesta segunda.
Informações
Uma das ações
anunciadas pela campanha é a simplificação do acesso às informações sobre
privacidade dentro da plataforma. Atualmente, ela disponibiliza uma página
denominada Noções Básicas de
Privacidade e outra chamada Políticas de
Dados. A primeira inclui informações sobre a privacidade nos
diversos serviços e funcionalidades da rede social, incluindo a ferramenta
de controle das configurações. Já a segunda traz explicações
acerca de como os dados são coletados, tratados e usados pela empresa.
No comunicado
divulgado nesta segunda, Erin Egan, informou que a companhia pretende
centralizar e simplificar as informações e os sistemas de controle das
configurações de privacidade. Mas não deu mais detalhes de quando nem como isso
será feito.
Gerenciamento de
privacidade
O Facebook apontou
como um dos focos da campanha divulgar melhor as ferramentas de
controle de privacidade. Elas permitem, por exemplo, definir o
público destinatário de uma publicação, se amigos, amigos de amigos ou listas
de contatos.
Na administração do
perfil, há a funcionalidade de escolher quem pode acessar quais informações. O
nome e a foto são sempre públicos. Mas informações como local de trabalho e
idade podem ser expostas para determinadas pessoas e não para outras. O mesmo é
válido para listas de amigos, comentários, marcações e mensagens na linha do
tempo.
Avanço parcial
Na avaliação de
Maria Cecília Oliveira Gomes, especialista em regulação de novas tecnologias e
monitora do curso de proteção de dados da Universidade Mackenzie, de São Paulo,
a divulgação dos princípios de privacidade é um movimento positivo do Facebook
de ampliação da transparência sobre suas atividades. Para ela, parte da
motivação da empresa está relacionada à adaptação aos princípios da nova
legislação europeia, que entrará em vigor neste ano.
“A plataforma está
tentando se tornar mais transparente e fazendo ações de educação, mas não acho
que são ações suficientes. Não há transparência absoluta em relação ao que é
feito com os dados dos usuários. O Facebook inclusive já enfrentou
questionamentos sobre a falta de transparência em relação a isso e aos
algoritmos que usa”, disse.
Um exemplo de medida
de transparência, sugere a especialista, seria deixar mais claras as
informações coletadas para a publicidade direcionada. “A própria pessoa que faz
anúncio direcionado não tem conhecimento geral de quais dados são coletados.
Isso seria algo interessante, até porque neste ano teremos eleições e este recurso
será adotado”, complementa Maria Cecília.
Poder excessivo
Para Amanda Yumi
Ambriola, especialista em tecnologia e integrante da associação Garoa Hacker
Clube, a despeito dos princípios ainda há sérios riscos à privacidade dos
usuários do Facebook.
A rede social
concentra informações de mais de dois bilhões de usuários, segundo site oficial
da empresa, e pode mudar sua política de privacidade. “As regras do jogo podem
mudar com frequência e não são válidas para apenas publicações e contatos
novos, mas sim, para todo seu histórico lá salvo”, alerta Amanda.
A pesquisadora
acrescenta que, mesmo afirmando estar preocupado com a privacidade dos
usuários, o Facebook ainda coleta uma grande quantidade de dados e os fornece
para anunciantes sem que o usuário saiba como suas informações estão sendo
geridas.
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