Calça jeans
pode se tornar mais 'verde' graças a bactéria
Agência France
Presse
O índigo é o único
corante capaz de dar ao blue jeans sua cor emblemática
A tradicional calça jeans poderia se
somar à revolução verde, graças a um novo método de tintura mais ecológico,
capaz de substituir o famoso corante azul índigo, segundo um estudo publicado
nesta segunda-feira (8).
O índigo, que é extraído de uma planta
- embora hoje em dia seja sobretudo sintetizado-, é o único corante capaz de
dar ao blue jeans sua cor emblemática.
"Mas o processo requer etapas
químicas prejudiciais ao meio ambiente" e "inviáveis" no futuro,
indicaram os autores do estudo, publicado na revista científica Nature Chemical
Biology.
Os cientistas desenvolveram um método
para produzir o pigmento através de uma bactéria concebida em laboratório,
advertindo que o processo requererá, no entanto, "melhorias" para ser
utilizado em escala industrial.
Naturais ou sintéticos, os cristais de
índigo aderem à superfície do tecido. Seu azul intenso é muito resistente à
lavagem, mas ao mesmo tempo os cristais vão se desgastando, dando esse efeito
característico de calça usada.
Um total de 95% das 45.000 toneladas
de índigo sintético utilizadas a cada ano são usadas para tingir as quatro
bilhões de peças de blue jeans fabricadas anualmente, segundo dados do estudo.
Essa demanda "supõe um grave
problema" de longo prazo, indica o estudo, referindo-se por exemplo ao uso
de produtos químicos como o formol e o cianeto de hidrogênio, assim como ao
fato de que "muitas fábricas (...) despejam os materiais de tintura nos
rios, com um impacto ecológico negativo".
Os autores do estudo conceberam uma
bactéria E.coli, que como a planta fabrica indoxil, ao que se adiciona uma
molécula de açúcar, antes de acrescentar uma enzima que permite obter o índigo
para tingir o tecido.
"O produto final é
idêntico", assegurou um dos autores, John Dueber, da Universidade da
Califórnia.
No entanto, para produzir as cinco
gramas de índigo necessárias para tingir uma calça, seriam necessários
"nesta fase vários litros de bactérias", de modo que seu laboratório
está trabalhando para melhorar o processo, explicou à reportagem.
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