Sucesso no
Brasil e no mundo, Anitta foi a cara e a atitude do pop em 2017
Jéssica Malta
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Com o perdão do
trocadilho, foi impossível ignorar a presença de Anitta em 2017. A cantora
carioca dominou as paradas musicais, explorou diversos estilos – desde o
sertanejo pop de “Loka”, com a dupla Simone & Simaria, à quase bossa nova
de “Will I See You”, parceria com o compositor e produtor norte-americano Poo
Bear – e partiu em busca da carreira internacional, com canções em espanhol e
inglês.
Ou seja, em 2017
nasceu “Anira” (pronúncia americanizada do nome da cantora), com um projeto de
internacionalização da carreira que rendeu vários frutos. O mais suculento, a
10ª posição na lista dos 50 artistas mais influentes nas redes sociais da
Billboard, alcançada nesta semana. Além ser a primeira brasileira a entrar
neste ranking, Anitta superou nomes como Lady Gaga, Beyoncé e Justin Bieber.
Culpa de hits como
“Downtown”, parceria com o colombiano J Balvin, e seu mais recente lançamento
“Vai Malandra”, que se posicionaram entre os mais executados mundialmente no
Spotify. “A Anitta é um caso interessante, porque ela não tem uma carreira
longa, mas já está conseguindo feitos grandes”, observa o jornalista Valmique
Júnior, do portal Muza, especializado em cultura LGBT. “Ela conseguiu trazer
para o pop nacional um interesse do público, uma visibilidade comum às divas
internacionais. Mesmo que você não goste, você não ignora: fica sabendo dos
lançamentos, dos feitos”.
Força
Força
Com tanta exposição
e sucesso, não faltaram motivos para que a cantora protagonizasse um dos memes
mais difundidos nas redes sociais, que cravava: “A Anitta é a única coisa que funciona
no país”. As mais de 1,5 bilhões de visualizações conquistadas somente com os
lançamentos de 2017 reforçam ainda mais essa crença. “Ela rompeu com a tradição
brasileira de mostrar ao mundo exclusivamente a MPB, que é vista geralmente
como uma produção de melhor qualidade”, pontua o jornalista Paulo Proença, da
Rádio Inconfidência.
As elogiadas
estratégias de marketing adotadas pela cantora renderam análises (os “textões”)
que povoaram as redes sociais, também são um fator importante para entender o êxito
da cantora. Sem lançar um disco, ela apostou um diversos singles – todos com
grandes resultados nas plataformas de streaming, nas rádios e no YouTube.
Resultado? “É impossível lembrar de 2017 e não pensar no tanto que a Anitta
esteve presente”, aponta Valmique Júnior.
Comportamento
Comportamento
Além dos recordes e
dos sucessos no cenário da música pop, a cantora também levantou debates e
propagou a representatividade em vários de seus trabalhos. “O maior acerto da
Anitta em 2017 foi possibilitar o debate de questões que permeiam o funk e a
cultura periférica, entre artistas, estudiosas e movimentos sociais. Vide o
clipe de ‘Vai Malandra’, um dos assuntos mais comentados recentemente nas redes
sociais no Brasil”, pontua Proença.
Prova disso é que o
citado vídeo, que apresenta a funkeira plus size Jojo Todynho, representantes
das comunidades periféricas e pessoas LGBT, rendeu a melhor estreia brasileira da história no
YouTube, com 14 milhões de visualizações em 24 horas.
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