Buscas por
submarino argentino continuam após seis dias sem contato
AFP
A incerteza se
transformava em angústia para as famílias dos 44 membros da tripulação
As buscas pelo
submarino argentino perdido no Atlântico há seis dias continuam nesta
terça-feira(21), com uma melhora nas condições climáticas adversas que
dificultavam dos esforços do operativo internacional de busca, no qual
participam sete países.
Depois da esperança
provocada pela detecção de ruídos nos últimos dias, a incerteza se transformava
em angústia para as famílias dos 44 membros da tripulação do "ARA San
Juan", o submarino que parece ter sido engolido pelo mar depois de ter se
comunicado pela última vez na quarta-feira, após reportar uma avaria de
baterias.
O submarino zarpou há
nove dias de Ushuaia, no extremo-sul da Argentina, e era esperado no
domingo em Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires.
As previsões
meteorológicas para esta terça-feira indicam uma diminuição dos fortes ventos
do sudeste que sopraram sobre o Atlântico nos últimos dias em meio a uma forte
tempestade que causou ondas de cinco e seis metros, tornando quase impossível
vasculhar a superfície do mar.
Durante as últimas
24 horas, as explorações aéreas foram mantidas, enquanto os navios na área
tiveram que esperar a tempestade, no âmbito de uma operação envolvendo sete
países, explicou o porta-voz da Armada (a Marinha argentina), Enrique
Balbi.
Um ruído do fundo do
mar, que havia sido registrado por navios argentinos, gerou expectativa por
algumas horas, mas finalmente foi excluído que tenha vindo submarino.
No sábado também
caiu por terra a pista de sete tentativas de chamadas de satélite, que depois
se comprovou que não correspondiam ao "ARA San Juan".
"Começa a
brilhar uma luz de esperança que logo se apaga", lamentou María Morales,
mãe de um dos tripulantes, ao chegar nesta terça-feira na Base Naval de Mar del
Plata.
A Armada revelou que
o "ARA San Juan" havia reportado uma avaria nas baterias, sem alerta,
antes de sua última comunicação na quarta-feira passada às 10h30 GMT (8h30 de
Brasília), quando navegava pelo Golfo San Jorge, 450 km da
costa argentina.
Não se sabe qual é a
magnitude da avaria, nem se esta afetou a capacidade do submarino de propulsão
ou de emergir.
A área de busca
inicial era de 300 km de diâmetro nesta zona do Atlântico, onde a profundidade
vai de 200 a 350 metros, segundo Balbi.
Mas a possibilidade
de o submarino estar à deriva forçou as autoridades ampliar a área de busca a
uma distância sete vezes maior.
Estados Unidos,
Grã-Bretanha, França, Alemanha, Brasil, Chile, Peru, Colômbia e Uruguai
forneceram logística e equipamentos sofisticados para ajudar na missão de
resgate no Atlântico Sul.
O "ARA San
Juan" tem capacidade de oxigênio para sua tripulação de sete dias e sete
noites sem subir à superfície. "Isto é assim, mas não sabemos se não pode
sair à superfície", disse Balbi, ao descartar fazer conjeturas a respeito.
Uma mulher, Eliana
Krawczyk, de 35 anos, e vários pais integram a experiente tripulação do
"ARA San Juan".
A maioria vive em
Mar del Plata, cidade portuária e maior balneário da Argentina, onde a
Base Naval se transformou no epicentro da espera aflita dos familiares.
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