sábado, 11 de novembro de 2017

REFLEXÃO SOBRE O ATENTADO EM NOVA YORK



Atentado em Nova York
Manoel Hygino 








De uma hora para outra, um indivíduo aluga uma caminhonete na parte baixa de Manhattan, invade uma ciclovia na contramão, mata oito pessoas e deixa mais de uma dezena de feridos, que aproveitavam o tempo bom no dia do Halloween, tão caro aos americanos. Vai gente de toda a ilha, mesmo de longe, para assistir ao alegre festejo.
O autor da cruel façanha foi Syfullo Habibullaevic Saipov, de 28 anos, que se programou para o maior atentado terrorista em Nova York desde as Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001. Dele, disse o governador do Estado, Andrew Cuomo: “é um depravado, covarde e estava associado ao Estado Islâmico”.
Curioso como acontecem os fatos: ele chegou aos Estados Unidos, em 2001, num sorteio para quem deseja ali ingressar, morou em Ohio, é casado e tem três filhos. Possuía dois endereços – na Flórida e em Nova Jersey, pegadinha a Nova York. Conseguiu visto para residência, trabalhava como motorista de Uber, nunca fora objeto de investigação ou suspeita.
Imediatamente detido, com um tiro na perna ou algo assim, levado a hospital, o terrorista confessou que faria tudo de novo se oportunidade surgisse. Teria, imediatamente após o gesto criminoso, gritado em árabe “Alá é Deus”, como se ouve em velhos filmes de Hollywood rodados no deserto.
John J. Miller, vice-comissário de Polícia de Nova York, observou: “Ele parece ter seguido quase exatamente, de forma precisa, as instruções que o Estado Islâmico colocou em seus canais de mídias sociais sobre como realizar tal ataque”. Isto é: procedeu de acordo com o figurino do Estado Islâmico, que sequer é propriamente estado, nem muito rigorosamente obediente aos ensinamentos de Maomé, o profeta.
Entre os objetos resgatados no local da tragédia, um bilhete em árabe em que Saipov exortava os simpatizantes a manterem acesas as chamas dos objetivos do EI.
O que foi feito não está por fazer, diz-se lá em minha terra, de gente batuta, que conhece a vida, percalços e alegrias. Outro aspecto que desperta a atenção é que, depois de radicar-se no grande país do Norte, bem instalado, o emigrado se tornou adepto do Estado Islâmico, em nome do qual teria agido.
Trump, em sequência à tragédia, decidiu que o “Programa de Loteria de Vistos da Diversidade” deve ter fim, visando proteger “nossos cidadãos” e propôs pena de morte para o ubesque. Aliás, concedem-se 50 mil destas solicitações de todo o mundo, a cada ano, podendo o admitido levar a família, depois.
A pátria do Saipov é o Uzbequistão, uma das repúblicas componentes da ex-URSS, instalada em 1924, em terras anteriormente inclusas do Turquistão, Bocara e Corezim, com partes de outras regiões. A capital é Tahkent, de que tampouco eu ouvira falar. Mas sai gente de lá para matar em outros países.
Entretanto, ignoraram-se, com o atentado, muitos apelos, inclusive o da prece árabe que assim começa: “Meu Deus, não consintas que eu seja um carrasco que degola ovelhas, nem uma ovelha nas mãos de carrascos. Meu Deus, faze-me sentir que o perdão é manifestação de força, e a vingança, uma prova de fraqueza”.
O conselho, contudo, foi ignorado também por Davin P. Kelley, um texano das proximidades de San Antonio, cidade mais populosa do Estado. No dia 5, ele matou a tiros 27 pessoas e deixou outras 24 feridas, durante culto num templo batista! E não era um fanático do EI?

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