Recorrência de
câncer nas mamas pode perdurar por 20 anos após tratamento
AFP
Realização anual da
mamografia após os 40 anos é a melhor forma de detectar a doença de maneira
mais rápida, possibilitando um tratamento mais eficaz
MIAMI – As mulheres
que têm um tipo de câncer de mama que é alimentado pelo hormônio estrogênio
enfrentam um risco substancial de o tumor retornar, mesmo 20 anos após o
tratamento, revela estudo publicado no New England Journal of Medicine. O risco
é maior em mulheres cujos tumores originais eram grandes e afetaram quatro ou
mais linfonodos, afirma a pesquisa.
Os cientistas
analisaram os dados de 88 testes clínicos envolvendo cerca de 63 mil mulheres
com câncer de mama com receptores de estrogênio – tipo comum de câncer
conhecido como RE-positivo, no qual os tumores são alimentados por este
hormônio.
Tratamento
As pacientes do
estudo receberam terapia endócrina – como o tamoxifeno, que é o padrão de
cuidados para reduzir o risco de reaparecimento do câncer – durante cinco anos
e não apresentam câncer quando pararam a terapia.
Mas os pesquisadores
encontraram um risco “estável” de reincidência de tumores nos 15 anos
seguintes, até 20 anos após o diagnóstico inicial.
“Embora essas
mulheres tenham permanecido sem recorrência nos primeiros cinco anos, o risco
do câncer voltar em outros lugares – por exemplo no osso, fígado ou pulmão – do
ano cinco ao ano 20 permaneceu constante”, destacou o autor sênior do estudo,
Daniel Hayes, professor de pesquisa sobre câncer de mama da Universidade de
Michigan.
As mulheres cujos
tumores originais eram grandes o suficiente para terem se espalhado para quatro
ou mais linfonodos tinham um risco de 40% de reaparecimento do câncer nos 15
anos seguintes.
Para as mulheres com
câncer de pequeno porte e sem disseminação para os linfonodos, o risco de do
tumor reaparecer era de 10% em 15 anos.
Questionamentos
Questionamentos
Os resultados
levantam questões sobre a prática atual de tratar as mulheres com tamoxifeno ou
inibidores de aromatase durante cinco anos após a remoção do câncer, a fim de
reduzir o risco de recorrência.
Alguns especialistas
acreditam que o tratamento deve ser estendido para dez anos. Os efeitos
colaterais podem incluir ondas de calor, secura vaginal, osteoporose e dor nas
articulações. Em última análise, a decisão depende da mulher e do médico,
observou Hayes.
“Esses dados podem ser
usados pelos pacientes e os prestadores de cuidados de saúde, quando
considerarem se devem continuar com a terapia antiestrogênio por mais de cinco
anos, após pesarem os efeitos colaterais e a toxicidade das terapias”, colocou
o autor sênior da pesquisa.
Os tratamentos para
o câncer de mama melhoraram nos últimos anos, de modo que os riscos estimados
de reincidência no estudo podem ser pessimistas, disse o coautor principal
Richard Gray, da Universidade de Oxford.

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