MPF diz que
recibos de Lula são 'ideologicamente falsos' e pede perícia
Agência Brasil
O Ministério Público
acusa o ex-presidente de receber vantagens indevidas oriundas de fraudes em
contratos da Petrobras
Em petição
apresentada ao juiz federal Sérgio Moro, a força-tarefa da Operação "Lava
Jato" afirma que os recibos de pagamento de aluguel apresentados pela
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são “ideologicamente falsos”
e foram confeccionados após o início das investigações para “dar falso amparo à
locação simulada do apartamento” vizinho àquele em que mora o ex-presidente.
No documento, o
Ministério Público Federal no Paraná pede que os recibos passem por perícia
grafoscópica e que Glauco da Clauco da Costa Marques, dono do imóvel, e o
técnico em contabilidade João Muniz Leite, responsável pelos recibos, prestem
depoimento.
“Os supostos 26
recibos referentes à locação do apartamento 121 apresentados pela defesa de
Luiz Inácio Lula da Silva têm origem desconhecida, não trazem nenhuma
comprovação a respeito da data em que foram produzidos e encontram-se em
manifesta contrariedade com todo o acervo probatório, e, destacadamente, com o
quanto declarou em interrogatório judicial o próprio Glaucos da Costa Marques,
apontado como autor daquelas declarações unilaterais de quitação”, diz trecho
do pedido.
O Ministério Público
acusa o ex-presidente de receber vantagens indevidas oriundas de fraudes em
contratos da Petrobras. Para a força-tarefa da "Lava Jato", Lula
seria o verdadeiro dono do apartamento vizinho ao dele, localizado em São
Bernardo do Campo (SP). Glaucos da Costa Marques, proprietário do imóvel, seria
um “laranja”.
Glaucos da Costa
Marques é sobrinho do empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e preso na
"Lava Jato". Inicialmente, o apartamento foi alugado pelo Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República, ainda quando Lula era
chefe do governo, para ser usado pelos policiais responsáveis pela segurança do
então presidente. Depois que deixou o cargo, Lula decidiu assumir a locação do
imóvel, que tinha como locatária a ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em
fevereiro.
Na petição, o MPF
diz que recibos do pagamento do aluguel não foram encontrados durante
diligências de busca e apreensão nos imóveis relacionados a Lula e que só foram
apresentados à Justiça na fase de diligências complementares da ação penal,
passados mais de nove meses do oferecimento da denúncia. “Tal panorama indica,
sem margem à dúvida, que os recibos juntados pela defesa de Luiz Inácio Lula da
Silva são ideologicamente falsos, visto que é simulada a relação locatícia
representada pelo engendrado contrato de locação”.
Já a defesa do
ex-presidente argumenta que os recibos comprovam que o aluguel do imóvel foi
uma relação contratual entre a família de Lula e Glaucos da Costa Marques. Os
advogados de Lula afirnam ainda que parentes e colaboradores de Lula
fizeram diligências para encontrar os recibos após pedido feito pelo juiz
Sérgio Moro durante depoimento prestado por Lula, em Curitiba.
“Diante do pedido
expresso do juiz [Sérgio Moro] em relação a esses recibos, foram realizadas
diligências por familiares e colaboradores do ex-presidente Lula nos pertences
de dona Marisa, que sempre foi a locadora do imóvel. Os recibos foram
encontrados e, da mesma forma que chegaram até nós [advogados], foram
apresentados no processo. Acreditamos que esses recibos expressam a verdade dos
fatos, pois dona Marisa sempre foi uma mulher íntegra e honesta”, disse o
advogado Cristiano Zanin Martins, reponsável pela defesa de Lula, em vídeo
publicado no Facebook.
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