Plano global
quer reduzir mortes por cólera no mundo em 90% até 2030
Da ONU News
Hoje em Dia - Belo
Horizonte
A epidemia no Iêmen
já é considerada a crise mais grave de cólera do mundo
Uma nova estratégia
para reduzir as mortes globais por cólera em 90% até 2030 será lançada nesta
quarta-feira (4) pela Força-Tarefa Global sobre Controle do Cólera (Gtfcc, na
sigla em inglês). A rede inclui mais de 50 agências internacionais e da ONU,
instituições acadêmicas e ONGs que atuam em países atingidos pela doença. A
informação é da ONU News.
Segundo estimativas,
o cólera mata cerca de 95 mil pessoas e afeta mais 2,9 milhões a cada ano em
todo o mundo. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma ação urgente é
necessária para proteger comunidades, evitar a transmissão e controlar surtos.
O novo plano global
reconhece que a doença se espalha em locais endêmicos onde ocorrem anualmente
"surtos previsíveis".
O diretor-geral da
OMS, Tedros Ghebreyesus, declarou que a agência tem "orgulho" de
fazer parte da nova iniciativa para acabar com as mortes por cólera. Segundo
ele, a doença tem maior impacto entre as pessoas mais pobres e vulneráveis, o
que é "inaceitável". Ele defendeu que este plano global é "a
melhor forma disponível" para pôr um fim a este problema.
Mortes evitáveis
Mortes evitáveis
Segundo a OMS, o plano
global busca "alinhar recursos, partilhar experiências e fortalecer
parcerias entre países afetados, doadores e agências internacionais.
Ghebreyesus destacou que todas as mortes por cólera são "evitáveis, usando
as ferramentas disponíveis atualmente", como a vacina oral e melhor acesso
à água limpa e serviços de saneamento e higiene como estabelece a iniciativa.
De acordo com a OMS,
implementando o plano, até 20 países poderiam eliminar o cólera até 2030.
A agência ressaltou que avanços no fornecimento de serviços de água e higiene tornaram a Europa e a América do Norte livres da doença por décadas.
A agência ressaltou que avanços no fornecimento de serviços de água e higiene tornaram a Europa e a América do Norte livres da doença por décadas.
Embora esses
serviços sejam reconhecidos como um direito humano básico pelas Nações Unidas,
atualmente mais de 2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso seguro à água e
estão em risco potencial de cólera. Sistemas de saúde fracos e dificuldade de
detecção precoce também contribuem para a rápida propagação de surtos.
Conflitos
Segundo a OMS, a
doença tem impacto desproporcional em comunidades atingidas por conflitos e
guerras, seja pela falta de infraestrutura, seja pelos serviços de saúde fracos
e pela desnutrição. O Iêmen, por exemplo, vive atualmente o pior surto de
cólera do mundo. De acordo com a Agência da ONU para Migrações, desde outubro
de 2016, 750 mil pessoas foram atingidas pelo cólera, com mais de 5 mil
infectadas por dia. Mais de 2 mil pessoas já morreram.
A OMS ressaltou que
proteger essas comunidades antes de surtos da doença é significativamente mais
econômico do que responder continuamente a surtos.
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