Reforma mantém poderio de políticos endinheirados
Coluna Esplanada - Leandro Mazzini
A tímida reforma
aprovada na última semana a toque de caixa na Câmara e no Senado e sancionada
pelo presidente Michel Temer revelou, novamente, o corporativismo da classe
política ao manter regras que privilegiam, por exemplo, candidatos
endinheirados. Um dos principais articuladores para a manutenção do
autofinanciamento – sem limites – foi o milionário presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE) que, em 2010, doou R$ 1,63 milhão em recursos
próprios ou de suas empresas para a campanha que o elegeu ao Senado. Em 2014,
quando concorreu ao governo do Ceará, Eunício arrecadou das próprias empresas e
de doadores – como Odebrecht e JBS – mais de R$ 43 milhões.
Rei da soja
O senador Blairo
Maggi (PP), atualmente ministro da Agricultura, foi o maior financiador da
própria campanha que o elegeu ao Senado em 2010, com R$ 782,8 mil.
Relator
Em evidência após a
assumir a relatoria da segunda denúncia contra Michel Temer, o deputado tucano
Bonifácio de Andrada (MG) também integra a fila de parlamentares endinheirados:
doou R$ 813 mil para a própria campanha em 2014.
Distorções
O deputado petista
Henrique Fontana (RS) defende que o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal
Superior Eleitoral “corrijam o que chama de distorções e vetem o
autofinanciamento livre e as altas contribuições de pessoas físicas”.
CAIXA preta
Continua o mistério
na Caixa sobre patrocínios para eventos nos últimos anos. A Coluna perguntou e
a assessoria se limitou a informar que estão no D.O. Não bastasse a preguiça
oficial, a malemolência da mesma resposta se estendeu até ao serviço da Lei de
Acesso à Informação.
Basta
Ex-presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cézar Britto, afirma à Coluna que o país
vive a crise “mais delicada” de sua história ao defender o pedido de
impeachment do presidente Michel Temer apresentado pela entidade em agosto. O
advogado, que presidiu a OAB à época do governo Lula, critica as reformas e a
venda de estatais empreendidas pelo governo do peemedebista. “É preciso dar um
basta”, resume.
Janot
Cézar Britto avalia
que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, exagerou demais na saída
do cargo: “Segurou processos e exagerou perdendo a credibilidade que teria se
tivesse agido com mais calma - sem muito açodamento”.
Dodge
O ex-presidente da
OAB afirma esperar que a sucessora de Janot, Raquel Dodge, “reconheça a
importância da defesa das pessoas e acabe com essa lógica de que todo mundo é
culpado até que se prove o contrário”.
Enxame no finger
Urubus e outros
pássaros são passado no risco de operações de voos. Pilotos e passageiros
tiveram novo desafio ontem no início da tarde em Cumbica (Guarulhos), por causa
de enxame de abelhas na frente de um dos fingers, que atrasou pelo menos um
desembarque.
Promoção
Na semana em que a
Polícia Federal visitou endereços de filhos e enteados do senador Romero Jucá
(PMDB-RR), líder do Governo no Senado, o parlamentar foi alçado a mais um posto
de referência do partido. Irá suceder o ministro Moreira Franco na presidência
do Conselho Curador da Fundação Ulysses Guimarães.
Lava Jato
Investigado na Lava
Jato, Romero Jucá preside o PMDB e atua como ministro informal do governo de
Michel Temer após ser apeado da chefia do Ministério do Planejamento. Além de
Jucá e Moreira, presidiram a Fundação na última década o ministro Eliseu
Padilha e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ambos também alvos da Lava Jato.
Barrado
Em agosto, o
Ministério Público do DF barrou uma tentativa de Jucá de usar R$ 5 milhões da
Fundação Ulysses Guimarães para pagar dívidas de campanha do PMDB.
Mal do Brasil
Em qualquer país do
mundo a tragédia da creche de Janaúba, no Norte de Minas, seria tratada como
atentado terrorista. Em vez disso, as autoridades não apareceram para confortar
as famílias dos pequenos que se foram. O presidente da República se escondeu no
Palácio. O governador Pimentel passou por lá.
Outubro Rosa
Avança na Câmara
projeto que estabelece prazo máximo de 30 dias para a realização de exames e
início de tratamento de câncer pelo SUS. Proposta segue para avaliação das
comissões de Finanças e Constituição e Justiça.
Ponto Final
“Saibam que os que
clamam por sua volta (da ditadura) e muitos que a apoiaram terminaram presos e
torturados”
Do senador João Capiberibe (PSB-AP)
Do senador João Capiberibe (PSB-AP)
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