sexta-feira, 1 de setembro de 2017

URUCUM - ALÉM DE SERVIR DE TINGIMENTO E TEMPERO SERVE TAMBÉM COMO MEDICAMENTO



De Viçosa para o mundo: extrato de urucum para tratar lesões na pele será exportado para a Austrália

Tatiana Lagôa








O uso do urucum para tratar feridas na pele foi descoberto por acaso por Aloísio Reis, em 1999; tecnologia virou linha de cremes dermatológicos

O extrato de urucum desenvolvido por pesquisadores de Viçosa, na Zona da Mata, será levado para outros países. Inédita no mundo, a tecnologia já deu origem, no Brasil, a uma linha de cremes dermatológicos que trata ferimentos na pele e irritações causadas por doenças como psoríase, dermatites e eczemas. A previsão é a de que ela comece a ser exportada para a Austrália até outubro.
Os detalhes do contrato com o parceiro estrangeiro estão sendo finalizados pela Profitus, startup responsável pela produção das loções dermatológicas, sediada no Parque Tecnológico da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A expectativa é para a ampliação das opções de compostos à base de urucum e a conquista de novos mercados ao redor do mundo.
Ampliação
Sócio fundador da startup, Aloísio Reis acredita que a união deverá derrubar uma das barreiras para a ampliação dos tipos de pomadas com base no extrato da semente: recursos financeiros. “O custo dos testes e registros de novos produtos é muito alto. Com a crise, os investidores se afastaram”, afirma.
A ideia é que a empresa australiana, que não teve o nome divulgado por conta de cláusula de confidencialidade, passe a usar a tecnologia de extração do urucum para produção de novos compostos. Em seguida, as pomadas serão registradas e vendidas também no Brasil.<EM><QA0>
Por acaso
A tecnologia começou a ser pesquisada em 1999. Na época, Aloísio Reis notou a capacidade cicatrizante do urucum por acaso, ao manusear a semente com as mãos feridas. Ele, então, levou a informação para Paulo Stringheta, pesquisador e professor da UFV, para que, juntos, analisassem o fruto. Em 2006, após a descoberta da tecnologia de retirada do extrato, os dois criaram a empresa dedicada à fabricação de cremes dermatológicos.
“O caminho mais curto para se chegar a uma descoberta é assimilar o conhecimento popular. O urucum é usado por comunidades em todo o mundo e já teve o caráter medicinal reconhecido. Mas nós é que conseguimos desenvolver a forma de extrair os ativos in natura para criação de compostos com eficácia para tratamentos da pele”, afirma Paulo Stringheta.
Por ser uma novidade em todo o mundo, os pesquisadores mineiros patentearam a metodologia de obtenção do extrato de urucum no Brasil e em outros 142 países.
Internacionalização
A parceria com a empresa australiana é o primeiro passo para a internacionalização do produto. Mas já existem conversas com grupos empresariais africanos, alemães e portugueses, segundo Aloísio Reis. Enquanto buscam apoio, os pesquisadores tentam também ampliar as vendas no Brasil. “Estamos divulgando a marca e buscando chegar a outros estados”. Atualmente, são vendidas de 5 mil a 6 mil unidades mensais dos cremes.
O que os pesquisadores afirmam na teoria, o médico generalista Carlos Henrique Pereira Fialho confirma na prática. Recentemente, o especialista acompanhou a evolução de um paciente diabético com feridas mal cicatrizadas. “Ele já tinha usado outros medicamentos, mas sem resultados. Quando trocamos para a pomada de urucum, tivemos resultado positivo”.
A pesquisa continua. Dois cremes já foram desenvolvidos e testados pela empresa. Agora, estão em fase de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um deles terá a finalidade de recuperar peles ressecadas pela incidência solar, além da capacidade de rejuvenescimento. O outro é um antiacne. Ambos devem estar no mercado até novembro.
Veja no site profitus.com.br onde encontrar os produtos à base de urucum.

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