Perversão Sexual
Simone Demolinari
Muito se falou essa
semana do caso que ganhou notoriedade pública, sobre o homem que foi preso em
flagrante após ejacular em uma mulher em São Paulo. Em menos de 24 horas,
praticou novo ato de semelhante teor. Tendo uma ficha criminal com 17 passagens
pela polícia por crimes sexuais, podemos dizer que este seria mais um caso
anunciado – a conduta do abusador demonstra um padrão voltado para
reincidência.
Este episódio
colocou sob holofotes um problema cada vez mais recorrente em transportes
públicos. Segundo dados, somente na cidade de São Paulo, foram registrados 288
casos de abuso sexual em ônibus, trens e metrô, desde o inicio do ano até
agora. Isso equivale a pelo menos um caso por dia. Sem contar os casos que não
são registrados.
Um comportamento que
causa grande excitação nos abusadores é o “froterismo”, que significa
friccionar ou esfregar o órgão sexual no corpo de outra pessoa que não
consentiu. Geralmente isso ocorre em locais públicos, com várias pessoas,
espaços apertados, como os transportes públicos, elevadores, shows e outros
locais com aglomerações.
Outro comportamento
usual de abusadores é o “exibicionismo”. Trata-se da exibição do órgão sexual a
uma pessoa estranha e desprevenida. Muitas vezes acontece em locais públicos,
sendo que o exibicionista se esconde estrategicamente em cantos no intuito de
surpreender suas vítimas.
Até mesmo o assédio
de rua, muitas vezes interpretado como “flerte”, é um ato de violência, tendo
em vista que ele cerceia a liberdade de ir e vir e, na maioria das vezes, gera
constrangimento e medo. Recentemente, uma pesquisa feita com quase 8 mil
mulheres pelo site thinkolga.com revelou que 83% delas se incomodam com as
cantadas de rua; 81% já deixaram de fazer alguma coisa como ir a algum lugar ou
sair a pé para evitar o assédio e 90% das mulheres já trocaram de roupa antes
de sair de casa para não ouvirem cantadas.
Muitos banalizam o
assédio de rua, sobretudo quem o pratica. Mas às vezes é preciso sentir a dor
da agressão para combatê-la. Pensando nisso, uma empresa peruana lançou a
campanha: “Assedie sua mãe”. A experiência era uma espécie de pegadinha, em que
homens que usualmente cantavam mulheres na rua tiveram suas próprias mães
produzidas com maquiagem, perucas e roupas que as faziam parecer mais jovens.
Resultado: elas foram assediadas pelos próprios filhos! Ao ser revelada a
verdade, os assediadores de rua se disseram constrangidos e arrependidos. Mas
se isso serviu de lição para que não importunassem mais mulheres, não se sabe.
Praticamente todos
os casos de abuso sexual são cometido por homens. Não deixa de ser curioso o
fato de os abusadores temerem ser abusados quando vão presos. Um medo que eles
estimulam diariamente em mulheres.
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