Mercosul
receberá Venezuela de volta 'de braços abertos' após retorno à democracia, diz
Temer
AFP
A crise venezuelana
intensificou-se na semana passada com a eleição de uma Assembleia Constituinte,
convocada por Maduro
O presidente Michel
Temer afirmou neste domingo (6) que, após a suspensão da Venezuela do Mercosul,
o bloco regional espera que o país "volte à democracia" para
recebê-lo de volta "de braços abertos".
"Esperamos que
a Venezuela encontre o caminho para a recomposição da ordem democrática, do
respeito à diversidade de visões e posições", disse o presidente em um
vídeo publicado nas redes sociais.
"Queremos uma
Venezuela que, de volta à democracia, possa também voltar ao Mercosul, onde
será recebida de braços abertos", acrescentou.
Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai, membros fundadores do Mercosul, decidiram de forma unânime
no sábado suspender a Venezuela, aplicando pela segunda vez na história do
bloco a chamada "cláusula democrática".
"A suspensão da
Venezuela foi aplicada em função das ações do governo de Nicolás Maduro e é um
chamado ao início imediato de um processo de transição política e restauração
da ordem democrática", ressaltou o comunicado assinado após uma reunião
dos chanceleres dos quatro países sul-americanos em São Paulo.
Na prática, a
decisão aplicada muda pouco ou nada na situação do país caribenho, que está
suspenso do Mercosul desde dezembro de 2016 por descumprir obrigações comerciais
contraídas quando se incorporou ao bloco.
O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, disse que seu país "nunca" será afastado
do bloco e reagiu à medida com duras críticas.
"Não vão tirar
a Venezuela do Mercosul. Nunca (...) Algumas oligarquias golpistas, como a do
Brasil, ou uns miseráveis, como os que governam a Argentina, poderão tentar,
mas sempre estaremos aí", declarou Maduro à Rádio Rebelde da Argentina.
A crise venezuelana
intensificou-se na semana passada com a eleição de uma Assembleia Constituinte,
convocada por Maduro.
O órgão, um
"suprapoder" instalado em meio a um forte repúdio internacional e a
denúncias de "fraude", decidiu que legislará por até dois anos - além
do fim do mandato de Maduro - para reescrever a Carta Magna de 1999 e, ao mesmo
tempo, tomar outras decisões de efeito imediato.
A onda de
manifestações, impulsionada pela oposição para exigir a realização de eleições
gerais e a saída do governo, deixou 125 mortos em quatro meses.

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