Após rejeição
de denúncia, Temer diz que segue com ações necessárias para o país
Agência Brasil
O presidente Michel
Temer faz pronunciamento após aprovação do relatório que desautoriza o STF a
investigá-lo
O presidente Michel
Temer disse, em pronunciamento na noite de hoje (2), que, com a rejeição da
denúncia contra ele na Câmara dos Deputados, seguirá com as reformas e ações
que julga necessárias para modernizar e melhorar o país. “Diante dessa
eloquente decisão, posso dizer que seguiremos em frente com as ações
necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou há pouco mais de
um ano”, disse.
Temer citou as
reformas que tem feito, como a modernização trabalhista, além da queda da
inflação e dos juros, que têm ocorrido durante seu governo. “Nós faremos muito
mais ao colocar, como estamos fazendo, as nossas contas em ordem, de forma
definitiva e equilibrada. E faremos também todas as demais reformas
estruturantes que o país necessita”.
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O presidente fez seu
pronunciamento logo após o final da votação que rejeitou a denúncia
contra ele. O relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), favorável à
rejeição da denúncia, foi aprovado por 263 deputados. Duzentos e vinte e sete
deputados votaram contra o relatório. Para a denúncia seguir ao Supremo
Tribunal Federal (STF), o relatório deveria ter sido rejeitado por 342
deputados.
Em sua fala de cerca
de oito minutos, o presidente também disse que quer construir um país sem ódio
ou rancor. “O Brasil está pronto para crescer ainda mais. Todos nós somos
brasileiros, filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres”,
disse. “O objetivo do meu governo é fazer um Brasil cada vez melhor. Farei isso
a cada instante até o fim do meu mandato. Quero construir com cada brasileiro
um país melhor, sem ódio ou rancor”.
O presidente passou
o dia no Palácio do Planalto e assistiu em seu gabinete a sessão que decidiu
pela rejeição da denúncia. Almoçou com os ministros Eliseu Padilha, da Casa
Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ao
longo do dia, também recebeu deputados, enquanto requerimentos ainda eram
votados no plenário da Câmara.
Com o resultado que
o mantém na Presidência da República, a meta de Temer é retomar a agenda das
reformas. As articulações pela aprovação da reforma da Previdência,
pelasimplificação tributária, além da agenda de viagens, voltam à pauta
principal do governo. Temer tem viagem marcada para um encontro dos Brics
(bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), na China,
e para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU),
em Nova York, ambas em setembro.
Articulações
A vitória
conquistada por Temer hoje veio após semanas de articulação política no
Planalto e no Congresso. Temer recebeu dezenas de deputados, pedindo-lhes voto
favorável. Os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), Darcísio Perondi (PMDB-RS) e
Beto Mansur (PRB-SP) lideraram a frente de defesa a Temer. Os três visitavam o
presidente com frequência, atualizando-o dos votos conquistados.
O próprio presidente
fez o tradicional corpo-a-corpo, conversando com deputados em seu gabinete ou
por telefone. Temer argumentou aos parlamentares que a acusação feita contra
ele seria injusta e afetaria sua honra. Por meio de encontros, jantares,
almoços e reuniões, o presidente foi construindo a vitória no plenário.
Faltando duas semanas para a votação, ocorrida hoje, a base do governo já
assegurava ter votos para inviabilizar o prosseguimento da denúncia.
Ainda na fase de
apreciação da denúncia na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ), partidos da base fizeram várias trocas de membros na comissão.
As substituições garantiram a maioria dos votos que impediu a aprovação da
admissibilidade da denúncia. Foram 14 titulares da base aliada trocados na
titularidade da comissão, sendo duas trocas feitas na mesma vaga. O relatório
original, de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que era favorável à denúncia, foi
reprovado na comissão e foi aprovado um texto substituto de Paulo Abi-Ackel
(PSDB-MG), levado à votação em plenário nesta quarta-feira.
A oposição criticou
a liberação de verbas em emendas parlamentares durante a tramitação da denúncia
contra o presidente Temer na CCJ da Câmara. Em nota, na ocasião, o
ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão afirmou que “a liberação
de recursos para municípios trata-se de procedimento absolutamente normal”. A
pasta explicou que os recursos são emprestados aos municípios, não doados, e
que são liberados de acordo com critérios como “seleção pública e avaliação de
risco”.
Faltando duas
semanas para a votação, ocorrida hoje, a base do governo já assegurava ter
votos para inviabilizar o prosseguimento da denúncia. O número de votos chegou
perto, mas não atingiu o esperado pelo governo, de 280 votos. No entanto,
somando abstenções e ausências, que também interessavam ao governo, foram 285
deputados.
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