Brasil: problemas e atrações
Manoel Hygino
A União, nas vozes
de Temer e do ministro Raul Jungmann, da Defesa, garantiu que as Forças Armadas
manterão seus dispositivos no Rio de Janeiro para enfrentar a insegurança
pública. São 8.500 homens da Marinha, Aeronáutica e Exército, além de 600
homens da Força Nacional, 380 da Polícia Rodoviária e outros. Decreto autoriza
expressamente ações em todo o Estado do Rio, embora o foco seja a região
metropolitana.
Estamos plenamente
de acordo. A cidade e o Estado do Rio de Janeiro precisam oferecer segurança aos
que lá residem, trabalham ou visitam. A cidade, para ser efetivamente
maravilhosa, exige tranquilidade. Nos tempos mais recentes, os brasileiros têm
até receio de ir ao Rio de Janeiro, e o amplo e minucioso noticiário da mídia o
justifica suficientemente.
Ouvi pela televisão:
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio deflagraram ‘Operação Calabar’,
que investiga o envolvimento de PMs com traficantes em São Gonçalo, a segunda
maior cidade do Estado. O objetivo foi cumprir mandados de prisão contra 96 PMs
e 70 acusados de envolvimento com o tráfico de drogas, “inclusive sequestrando
bandidos para receber resgate”. Os militares eram lotados no Batalhão de São
Gonçalo entre 2014 e 2016 e suspeitos de receberem propina, chamada de “meta”,
além da venda de armas para 41 comunidades.
A propina seria paga
semanalmente. O inquérito começou com a prisão de um traficante que delatou o
esquema. Gravações telefônicas e imagens de vídeos com os policiais recebendo
dinheiro foram incluídos no processo. O nome da operação faz referência a
Calabar, considerado traidor na história brasileira.
A esta altura, como
deve sentir-se o vencedor da Mega-Sena de R$ 107 milhõess, no último sábado de
julho? O sortudo investiu R$ 3,50 num jogo em uma lotérica de favela e foi o
vencedor sozinho do prêmio. Seria um padeiro que tem prazo certo para receber a
bolada: 90 dias.
É triste constatar,
como o advogado Petrônio Braz, que “a violência deixou de ser um fato
localizado nos grandes centros. Não existe mais cidade ou campo, vida urbana ou
rural imune às suas consequências. A falta de segurança transformou a população
ordeira e laboriosa em refém dos criminosos, em todo o território nacional...”.
O Sistema de
Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde informa, a propósito divulgou,
que os atentados terroristas registrados nos cinco primeiros meses de 2017 não
superam a quantidade de homicídios registrados no Brasil em três semanas de
2015. Os cálculos mostraram que, em 498 ataques, 3.314 pessoas morreram. A
comparação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, após divulgar o Atlas da Violência 2017.
Mesmo assim, ainda
há quem queira visitar o país.
Nossa população foi
considerada “a mais legal” do mundo pela CNN Travel. Sem os brasileiros, o
planeta não teria oportunidade de conhecer o samba e o Carnaval do Rio, e nas
praias os corpos malhados, desfilando com pequenos trajes de banho.
Outro motivo é o
futebol, mas o tempo de Pelé, Garrincha e Ronaldo, ficou para trás.

Nenhum comentário:
Postar um comentário