Assad ignora
trégua negociada por EUA e Rússia e ataca sul da Síria
Estadão Conteúdo
O presidente da
Síria ignorou a trégua negociada pelos Estados Unidos e pela Rússia na semana
passada e realizou um ataque no sul do país
O regime do
presidente da Síria, Bashar al-Assad, ignorou a trégua negociada pelos Estados
Unidos e pela Rússia na semana passada e realizou um ataque no sul do país, de
acordo com o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos. A entidade afirmou que
entre as violações documentadas está o lançamento de três foguetes na região de
Tarik Al-Sad e Daraa Al-Balad, na cidade de Daraa.
O observatório também documentou um ataque com foguetes na cidade de Saia no domingo, bem como uma troca de disparos entre facções rebeldes e forças do regime na cidade de Al-Naima. Apesar disso, o enviado especial da Organização das Nações Unidas para as negociações de paz da Síria, Staffan de Mistura, afirmou que o cessar-fogo fechado entre Washington e Moscou é em geral respeitado, apesar de alguns "problemas". Segundo ele, as conversas entre governo e oposição podem contribuir positivamente para isso.
Uma nova rodada de conversas indiretas começou nesta segunda-feira, a sétima até agora entre representantes do governo sírio e líderes da oposição. A Síria enfrenta uma guerra civil há seis anos. De Mistura disse em Genebra que não espera nenhuma ruptura no diálogo, mas "apenas desenvolvimentos incrementais".
As negociações do cessar-fogo na semana passada envolveram não só os EUA e a Rússia, mas também a Jordânia. A trégua negociada abrange três províncias no sul da Síria. O enviado da ONU se disse contrário a algum eventual acordo que leve à divisão do país, dizendo que essa pode ser apenas uma medida temporária, até que um acordo de paz seja fechado.
As conversas em Genebra devem se prolongar ao longo da semana. A oposição síria busca uma transição política em Damasco, enquanto o governo de Assad insiste que as conversas priorizem "a guerra ao terror".
Enquanto isso, as forças do governo sírio retomaram o campo de gás al-Hail, no centro da Síria, que estava sob poder de militantes do Estado Islâmico, informou o Exército local. O governo e seus aliados do Irã têm avançado sobre a província de Homs para garantir recursos vitais perdidos nos confrontos. O ministro do Petróleo e dos Recursos Minerais, Ali Ghanem, disse que a Síria produzia 10 milhões de metros cúbicos de gás ao dia - cerca da metade da produção de 21 milhões de metros cúbicos ao dia de antes da guerra.
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