Dia do 'fico'
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini
O presidente Michel
Temer não cairá, não desta vez. Rodrigo Maia não está tão aliado mas também não
o traiu. Temer terá cerca de 280 votos no plenário para barrar a denúncia do
PGR Rodrigo Janot. A incerteza é se ele manterá a base para uma eventual segunda
denúncia a caminho e o quanto o país - empresários e políticos - aguentará ver
um presidente sangrando “sem cura”.
Aliado de fachada
Apesar da pressão do
Palácio do Planalto sobre caciques da legenda, o DEM já avisou que não pretende
fechar questão sobre a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no
plenário da Câmara dos Deputados. Dos quatro votos do partido na Comissão de
Constituição e Justiça, dois serão pela aprovação do relatório do deputado
Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), favorável ao prosseguimento do processo. A planilha
do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, aponta que mais da metade da
bancada de 29 deputados deverá votar contra Temer em plenário.
Próximo passo
O presidente do DEM,
senador José Agripino Maia (RN), e o líder na Câmara, Efraim Morais (PB), foram
porta-vozes do “não” ao Palácio do Planalto sobre a hipótese de fechamento de
questão.
Chá de cadeira
O prefeito de
Salvador, ACM Neto (DEM), deixou a presidência da Câmara na manhã dessa
quarta-feira, em passos de constrangimento. Tomou um “chá de cadeira” e deixou
a Casa sem conseguir falar com o presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ). ACM e Maia
projetam a ampliação da bancada após a derrocada do governo de Michel Temer.
Sem partido
Minutos antes de a
bancada do PR se reunir para fechar questão e ameaçar de expulsão parlamentares
que votarem a favor da denúncia contra Michel Temer, o deputado Delegado Waldir
(PR-GO) afirmou à Coluna: “Já me considero sem partido. Sigo com a cabeça em pé
e a consciência tranquila”.
Asas da FAB
O ex-ministro Geddel
Lima, do Governo Temer, alegou que usou voos da FAB no cargo para evitar
“exposição às marionetes da oposição”. A defesa do baiano consta no voto do
conselheiro da Comissão de Ética da Presidência (CEP), Marcelo Figueiredo, ao
qual a Coluna teve acesso.
Taxiando
Geddel alega que as
viagens nos jatos oficiais para ir para casa em Salvador, driblando regra do
Governo, tiveram como fundamento o deslocamento a serviço ou questões de
segurança, “já que o contexto político atual exigia, especialmente de algumas
autoridades com maior notoriedade, cuidados para evitar exposição às
marionetes.”
Plano de voo
O chefe da Casa
Civil, Eliseu Padilha, também investigado pela CEP por uso de aviões da FAB,
apresentou o mesmo texto de Geddel Lima. Alegou ainda que todas as vezes que
utilizou o jato o fez a serviço das funções “sem abuso na utilização”.
Cicerones
O advogado do
presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz, foi surpreendido com a recepção
efusiva dos deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) na
chegada à Câmara para a sessão da Comissão de Constituição e Justiça na qual o
relator, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), recomendou a aceitação da denúncia contra
seu cliente. “Vamos firmes e fortes”, bradou Marun abraçado a um Mariz
visivelmente constrangido.
Bancada Lexotan
Cerca de 70
deputados têm perdido o sono nos últimos dias após a confirmação de que o
ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), detalhou todos os repasses de
campanhas a colegas em sua delação premiada. O metódico peemedebista citou
nominalmente parlamentares que o ajudaram a aprovar projetos – em especial
Medidas Provisórias – de interesses de empresários em troca de benesses. O
conteúdo explosivo também tem tirado o sono do atual presidente da Casa,
Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Reforma Trabalhista
condenada
Em resposta à
consulta de seis centrais sindicais - CUT, CTB, UGT, Força Sindical, Nova
Central e CSB - a Organização Internacional do Trabalho (OIT) condenou o texto
da Reforma Trabalhista aprovado no Senado e à espera da sanção do presidente
Michel Temer.
Convenções violadas
No documento, a
diretora do Departamento de Normas Internacionais do Trabalho da OIT, Corinne
Vargha, citou “desrespeito às convenções” e posicionou que “a adoção de um
projeto de lei que reforma a legislação trabalhista deveria ser precedida por
consultas detalhadas por interlocutores sociais do país.”
Molecagem
Em meio à ocupação
das senadoras, orquestrada na noite de terça-feira, no gabinete da Liderança do
PT, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) chamou o deputado Wadih Damous (PT-RJ) de
“moleque”. O petista virou as costas e deixou o plenário sem retrucar a
“gentileza”.
Ponto Final
“Apesar de ridícula,
a patuscada é esclarecedora: mostra quem são os verdadeiros adversários dos que
querem resgatar o Brasil da ruína”, do ministro de Relações Exteriores, Aloysio
Nunes, sobre a ocupação da mesa do plenário por senadoras da oposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário