Semana
decisiva para Aécio e Temer no Supremo
Tatiana Moraes
CORRUPÇÃO – Temer
deverá ser acusado pelo MPF por corrupção passiva, organização criminosa e
obstrução de justiça
Os próximos dias
serão turbulentos para Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (PMDB). A primeira
turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa amanhã pedido de prisão do
senador, reiterado pelo procurador- geral da República Rodrigo Janot na semana
passada. Quando consultada, a primeira turma manteve a prisão de Andrea Neves,
irmã do senador, fato que pesa contra o parlamentar. Além disso, ainda nesta
semana deve ser apresentada ao STF denúncia envolvendo o presidente no caso da
JBS . Antes, o texto será apreciado pela Câmara dos Deputados, cujo presidente,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), é aliado de Temer.
Ao chegar na Câmara,
a acusação contra Temer será encaminha à Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), encabeçada pelo mineiro Rodrigo Pacheco (PMDB). É ele quem nomeia o
relator do caso.
Se quando candidato
à Prefeitura de Belo Horizonte Pacheco usava a proximidade com o presidente
para arrecadar votos (afinal, a aliança poderia auxiliá-lo na gestão da capital
mineira), agora os ânimos parecem mais exaltados.
Questionado na
semana passada sobre a escolha do relator, ele disse que não aceitaria
interferência do governo na nomeação.
Enquanto isso, as
reformas da Previdência e trabalhista, bandeiras levantadas pelo governo Temer
como necessárias para a recuperação econômica, ficam travadas. O cientista
político Lucas Cunha ressalta que a delação da JBS pode ser crucial para o
engavetamento das propostas. Afinal, parte dos aliados de Temer deixou o
governo. E a relação com o PSDB, de Aécio Neves, está estremecida.
No começo de junho,
o PMDB chegou a mandar um recado duro para os tucanos: se o PSDB desembarcasse
do governo, os peemedebistas romperiam com o partido as alianças para 2018. O
apoio do PMDB a um candidato do PSDB, caso Temer fosse afastado e eleições
indiretas fossem convocadas, também estaria descartado.
O PMDB também
estaria irritado com o fato de os advogados dos tucanos continuarem sustentando
a tese de impeachment da chapa Dilma-Temer junto ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
Nos bastidores,
Aécio e Temer negociaram a permanência dos tucanos na base. A aliados, o
senador afirmou que desejava que a situação ficasse como está. Hoje, o PSDB tem
quatro ministérios no governo.
A ameaça deu certo.
Apesar de um racha no partido, os tucanos permaneceram na base sob a
justificativa de que abandonar o governo poderia prejudicar a aprovação das
reformas. Além disso, o rompimento com o PMDB poderia prejudicar o senador
mineiro.
A leitura é simples:
um racha com o PMDB poderia fazer com que Aécio, supostamente envolvido na
“Lava Jato”, fosse cassado. Juntos, peemedebistas e tucanos são a maior bancada
do Congresso.

Nenhum comentário:
Postar um comentário