Senado tentou investigar BNDES
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini
O Tribunal de Contas
da União segura há dois anos um pedido do Senado Federal para acesso às
investigações da Corte administrativa sobre supostas irregularidades no BNDES e
seus financiamentos para grandes empresas no exterior. O requerimento foi
encaminhado em 8 de maio de 2015 pelo então presidente do Congresso, Renan
Calheiros (PMDB-AL). O processo número 010.029/2015-0 está sob a relatoria do
ministro Weder de Oliveira e tem o carimbo de “restrito” no campo confidencialidade.
Mistérios
Há mistérios dos
dois lados. Não se sabe por que o TCU barrou o acesso do Senado, e também é uma
incógnita por que Renan e a Mesa diretora queriam saber das apurações.
Respaldo
O que não se pode
negar é que o TCU municiou a Polícia Federal com os dados que motivaram a
Operação Bullish, que pegou em cheio a JBS.
Porteira aberta..
Apesar da
resistência do pai, o seu Zé, os irmãos Joesley e Wesley Batista devem fechar
delação premiada com o MP Federal antes de a vaca ir para o brejo, literalmente.
..e boi mugindo
A começar por
eventual acordo de leniência, passando pela AGU, para devolução dos bilhões que
a JBS reteve numa operação financiada e não concretizada.
Salve geral
O Governo estuda,
nos bastidores, uma saída para salvar da falência as empresas envolvidas
em recentes casos de corrupção. A Casa Civil, a Controladoria-Geral da União e
Advocacia-Geral da União discutem, há dois meses, meios para por em prática
novas regras para os acordos de leniência entre a União e os conglomerados.
Vícios
Há preocupação em
ambas as partes. As empresas precisam sair do ‘SPC’ da CGU e fechar novos
contratos (bilionários) com os Governos federal e estaduais – e o Palácio quer
destravar a economia. Inevitavelmente isso passa por ajuda às maiores do País.
Caducou
Em maio de 2016, às
vésperas da cassação da presidente Dilma, a MP 703/15 (chamada MP da Leniência)
perdeu a validade após duras críticas do Ministério Público. O texto passou por
análise de uma Comissão Mista e não foi votado por falta de acordo.
Cabo de guerra
O ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e o presidente nacional do
PMDB, senador Romero Jucá (RR), vão deflagrar novo cabo de guerra em torno do
fechamento de questão do partido para a votação da reforma da Previdência
Moreira x Jucá
Moreira Franco tem
defendido, novamente, que a bancada seja “liberada” e Jucá conta com o apoio do
presidente Michel Temer para que o partido oriente e tome posição única sobre a
votação na Câmara e Senado.
Grita continua
Enquanto segue a
grita da oposição e de setores da sociedade contra a reforma da Previdência, a
Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado aponta que, sem a reforma, “o
Governo não conseguirá cumprir o teto de gastos públicos”.
Alívio..
No relatório de
Acompanhamento Fiscal de maio, a IFI informa que, “nos primeiros dez anos da
vigência do teto, a aprovação dos principais pontos da reforma da Previdência
ajudaria a cumprir o teto de gastos em 80% do tempo”.
..e alerta
Entretanto, índica
do texto, “esses resultados dependerão do grau de modificação em relação à
proposta de reforma originalmente enviada pelo governo ao Congresso”.
Sobre pais e filho
O jornalista Matheus
Leitão lança hoje na Cultura do Iguatemi, em Brasília, o livro “Em nome dos
pais” (Intrínseca), um apurado trabalho de pesquisa e revisita ao passado, com
personagens que levaram seus pais, Marcelo Neto e Miriam – aos porões da
ditadura.

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