Ciberataque já está 'controlado', segundo empresa russa Kaspersky
Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo
Horizonte
O ciberataque que
afetou desde sexta-feira mais de 100 países já foi controlado, assegurou neste
sábado (13) à Agência EFE Vicente Díaz, analista da empresa russa de segurança
cibernética Kaspersky.
"Está
controlado. O código malicioso que foi utilizado para o ciberataque já foi
neutralizado. Na sexta-feira, ele pegou de surpresa muita gente. Mas assim que
as empresas entenderam o que estava acontecendo, todo o mundo correu para
encontrar uma solução", apontou Díaz.
O especialista
acredita que o fato de o ciberataque "quase planetário" ter sido
"capa" em todos os meios de informação, fez com que a comunidade
internacional levasse muito a sério o ataque e suas consequências.
"Foi revelador
para muita gente. Em sete ou oito anos não havia ocorrido outro igual",
apontou.
Mas Díaz adverte que
se as empresas não corrigiram a "vulnerabilidade subjacente"
utilizada pelo código malicioso, o ciberataque pode se repetir em qualquer
momento.
O especialista se
disse "surpreso pela virulência, o sucesso desmesurado, a magnitude
mundial e a capacidade destrutiva do código utilizado".
Em sua opinião, os
autores do ataque buscavam dinheiro, mas "foi em vão", e acredita que
em nenhum momento esperavam que "tivesse tal virulência", já que com
5% do ocorrido ontem, já teria sido "um sucesso".
"Mas não
acredito que fosse um ataque dirigido, sim massivo. Se o objetivo fosse causar
caos, então haveria uma mensagem e não um resgate", apontou.
O especialista em
segurança informática acredita que o "efeito de pânico" fez que
muitos contribuíssem ao sucesso do ataque e a "incapacitar o sistema"
ao optar por desconectar os computadores e mandar os trabalhadores para suas
casas.
O Serviço Europeu de
Polícia (Europol) qualificou de "sem precedentes" o ataque e
oferecerá apoio a uma investigação internacional.
"O recente
ataque tem um nível sem precedentes e requer uma investigação internacional
complexa para identificar os culpados", afirmou a Europol neste sábado em
um comunicado, no qual anunciou que participará das investigações através do
Centro Europeu de Cibercrime (EC3).
A Europol
acrescentou que está "trabalhando em estreita colaboração com as unidades
de investigação de crimes cibernéticos dos países afetados e os principais
parceiros da indústria para mitigar a ameaça e ajudar as vítimas".
O Serviço Europeu de
Polícia lembrou que a equipe do EC3 está composta por "investigadores
cibernéticos internacionais especializados" e foi "especialmente
desenhada para ajudar nessas investigações".
O ataque se propagou
através do vírus WanaCrypt0r, um tipo de 'ransomware' que limita ou impede aos
usuários o acesso ao computador e seus arquivos e solicita um resgate para eles
possam ser acessados de novo.
O resgate é
geralmente pago em uma moeda digital, frequentemente o 'bitcoin', o que
dificulta seguir o rastro do pagamento e identificar os 'hackers'.
Efeitos
No Brasil, o ataque
cibernético atingiu entidades e órgãos de governo em várias cidades. No Rio de
Janeiro, o atendimento nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) foi suspenso ontem (12).
A Justiça da França
abriu uma investigação pelos ciberataques a sistemas de computadores no país, e
que afetaram em particular a Renault, que decidiu suspender as atividades em
algumas unidades de montagem de veículos. Fontes da Justiça francesa disseram
neste sábado à Agência EFE que a Procuradoria de Paris formalizou ontem o
início dessa investigação por crimes de invasão em sistemas de tratamento
automatizado de dados, impor obstáculos ao seu funcionamento, extorsão e
tentativa de extorsão.
A maior parte dos
centros do sistema de saúde da Inglaterra afetados na sexta-feira recuperou a
normalidade, afirmou neste sábado a ministra britânica de Interior, Amber Rudd.
Após presidir em
Londres um comitê de emergências para avaliar os efeitos do incidente, Rudd
indicou que 48 das 248 localidades do Serviço Nacional de Saúde (NHS England),
desde onde são coordenados hospitais e outros serviços médicos como
ambulâncias, foram afetadas pelo ataque.
Todos esses centros
operativos, salvo seis, recuperaram a atividade habitual 24 horas depois que
alguns de seus computadores ficaram bloqueados, segundo a titular de Interior.
Tanto Rudd como a
primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, disseram que o incidente
não comprometeu a privacidade dos dados médicos que são armazenados pelo
sistema público de saúde em seus computadores.

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