Tipos de abuso no relacionamento
Simone Demolinari
Quando falamos em relacionamento abusivo, é comum vincularmos este abuso
a violência física. Contudo, a questão vai mais além. Um relacionamento abusivo
pode ser dividido em 5 tipos de violência:
– Violência física: onde ocorre a agressão através de empurrões, chutes,
socos e golpes corporais de maneira geral.
– Violência moral: é aquela que inclui calúnia, difamação e outras
mentiras com intuito de destruir a reputação do outro.
– Violência contra o patrimônio e econômica: este tipo de abuso ocorre
quando há um controle do dinheiro do(a) parceiro(a); destruição de objetos,
ocultação de bens e patrimônio ou também quando se cria um impedimento para que
o outro não trabalhe fazendo com que este crie uma dependência financeira
direta.
– Violência sexual: ocorre quando a relação sexual é conseguida através
da força física ou de chantagens; quando o(a) parceiro(a) exige do outro
práticas sexuais que não o agradam; quando se negam a usar preservativos, ou
quando vincula o ato sexual a algum benefício.
– Violência psicológica: acontece quando há insulto, injúria ou
humilhação sejam eles evidentes ou velados. Frieza, isolamento, ameaças ou
atitude suspeita a fim de despertar ciúme ou insegurança no outro.
Sair de um relacionamento abusivo não é tão fácil quanto se pensa. São
anos investidos e sonhos idealizados, às vezes filhos, e sobretudo a esperança
de que algo irá mudar. Quebrar toda essa arquitetura mental, erguida por anos,
não é simples. Somado a isso, há o fato de o relacionamento abusivo adoecer
também a vítima, tornando-a codependente daquela situação.
Permanecer nessa condição por muito tempo faz com que a vítima se
acostume com a violência, percebendo como banal, algo que, aos olhos de outrem,
é inadmissível. Além da autoestima, a vítima também perde sensibilidade para o
absurdo.
Algumas características da vítima de relacionamento abusivo:
– Generosidade excessiva;
– Obsessiva e obstinada;
– Necessidade de ser útil;
– Tolerância exagerada com o erro alheio;
– Permissiva;
– Tomadas por sentimento de culpa fazendo com que se sinta egoísta caso
abandone o agressor;
– Vive da esperança de que o outro irá mudar e se sente responsável pela
promoção dessa mudança;
– Está, na maioria das vezes, infeliz e sofre muito, porém não consegue
agir em prol de si mesma;
– Se sente usada e negligenciada, mas ainda assim não desiste daquela
relação.
Quem vive essa
realidade costuma olhar para si e não entender o porquê de estar presa a essa
situação completamente aviltante. Neste caso vale lembrar da “síndrome do sapo
fervido”: “O Sapo quando é colocado numa panela com água quente não suporta
aquela temperatura, salta imediatamente conseguindo sobreviver. Entretanto,
quando o mesmo sapo é colocado numa panela com água fria e, gradualmente, essa
água vai aquecendo, ele não percebe o calor. Fica parado e quieto. Morre, depois
de algum tempo, inchado e feliz”

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