Mobilização
mundial em defesa da ciência
AFP
Austrália registrou
as primeiras marchas neste 22 de abril
Milhares de
cientistas devem participar em uma manifestação neste sábado em Washington e
outras cidades dos Estados Unidos e do mundo em defesa da pesquisa científica,
que consideram essencial para o progresso da humanidade e ameaçada pelo governo
de Donald Trump.
As primeiras marchas
a favor da pesquisa científica, das 500 previstas em todo o mundo, aconteceram
na Austrália e na Nova Zelândia.
"Os cientistas
perceberam nos últimos anos que os fatos científicos são consideravelmente
ignorados nos debates públicos e são substituídos por opiniões e crenças
ideológicas", disse à AFP Rush Holt, presidente da Associação Americana
pelo Avanço da Ciência (AAAS), a maior organização do setor, com 120.000
membros.
De acordo com o
especialista nuclear e ex-congressistas democrata, as preocupações a respeito
do espaço ocupado pela ciência nos Estados Unidos começaram há várias décadas.
Atualmente, o
orçamento destinado à pesquisa é menos da metade do registrado nos anos 1960 em
termos de percentual do PIB.
Lydia
Villa-Komaroff, bióloga molecular do Massachusetts Institute of Technology e
copresidente honorária da Marcha pela Ciência, afirma que a chegada de Trump ao
poder "sem dúvida foi um catalisador" da mobilização.
Durante a campanha
presidencial, o magnata republicano afirmou que a mudança climática era uma
armadilha imaginada pelos chineses, mas depois de sua eleição suavizou algumas
de suas declarações.
Trump também
anunciou que retiraria os Estados Unidos do Acordo de Paris de 2015 sobre a mudança
climática, uma medida que não adotou até o momento e que seria objeto de duros
debates na própria Casa Branca.
Pouco depois assumir
o pode, Trump assinou um decreto para desmantelar as proteções ambientais
implementadas por seu antecessor Barack Obama e designou para o comando da
Agência de Proteção Ambiental (EPA) Scott Pruitt, um cético do aquecimento
global.
Em seu primeiro
projeto de orçamento, Trump propôs ainda uma redução espetacular de 31% dos
fundos destinados à EPA e cortes à pesquisa climática e ao Instituto Nacional
de Saúde (NIH).

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