Socorro a estados com
problemas financeiros custará R$ 37 bi em três anos
Agência Brasil
A suspensão do pagamento de dívidas de estados com problemas financeiros
custará R$ 37 bilhões à União nos próximos três anos, disse nesta quinta (23) a
secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi. De acordo com ela, a quantia
não influenciará o resultado primário do Governo Central por envolver recursos
da dívida pública, não orçamentários.
O valor representa o que Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas
Gerais deixarão de pagar ao governo federal caso aceitem o acordo de auxílio
financeiro em troca da implementação de medidas locais de ajuste fiscal.
Segundo a secretária do Tesouro, a União deixará de receber R$ 7 bilhões em
2017, R$ 15 bilhões em 2018 e mais R$ 15 bilhões em 2019.
Os números foram calculados com base na situação dos três estados em
2016 e na renegociação da dívida dos estados, que recomeçaram a pagar as
parcelas da dívida com a União em janeiro, depois de uma carência de seis
meses. As parcelas só serão suspensas após a aprovação do socorro financeiro
pelas Assembleias Legislativas estaduais e de medidas de mudanças na Lei de
Responsabilidade Fiscal pelo Congresso Nacional.
O socorro não influenciará o resultado primário – resultado das contas
do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública – da União porque o
impacto será absorvido não por recursos do Orçamento, mas por títulos públicos
que o Tesouro terá de emitir. De acordo com Ana Paula, os R$ 7 bilhões que a
União deverá deixar de receber este ano equivalem a 1% das necessidades de
financiamento para 2017, recursos que o governo tem de captar no mercado
financeiro para honrar os compromissos.
Impacto nas contas estaduais
Impacto nas contas estaduais
Para a secretária do Tesouro, apesar de não interferir no resultado
fiscal da União, o auxílio aos estados com dificuldades financeiras se
refletirá em melhores superávits primários dos estados, por causa das medidas
de corte de gastos e de elevação de receitas que eles terão de adotar, como
suspensão de reajuste ao funcionalismo e privatização de estatais locais.
“O projeto de recuperação fiscal não traz impactos primários para o
Governo Central, mas traz impacto fiscal para os entes que aderirem
voluntariamente. O prazo de 36 meses [da suspensão de dívidas], no fim, é
positivo para as contas públicas do Estado brasileiro por causa de medidas de
ajuste que os governos locais terão de tomar. O impacto [de R$ 37 bilhões] é
absorvível levando em conta o objetivo de melhorar a situação dos estados no
processo de recuperação”, declarou.

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