quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

EIKE BATISTA CONFIRMA PAGAMENTO DE PROPINA AO EX-GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO



Eike diz em depoimento que repassou R$ 16,5 milhões a Cabral; delação ainda segue indefinida

Da redação Jornal Hoje em Dia 








Eike Batista cercado por policiais federais


O empresário Eike Batista admitiu nesta terça (31), em depoimento à Polícia Federal, que repassou US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. A informação foi divulgada na noite de ontem no blog de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”. O dinheiro envolvido, referente à falsa venda de uma mina de ouro, teria sido repassado pelos irmãos-doleiros Marcelo e Renato Chebar. A hipótese de uma possível delação de Eike ainda não foi definida.
Segundo o advogado do empresário, o criminalista Fernando Martins, “a princípio não há possibilidade de delação”. Ele fez a breve declaração ao chegar à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, acompanhando o cliente que depôs durante quatro horas.
O ex-controlador do Grupo EBX pode ter informado aos investigadores também sobre negócios na Petrobras – em especial, sobre a exploração do pré-sal e também dos campos de gás.
Martins informou que protocolou na segunda-feira um pedido de habeas corpus em favor do empresário, alvo da Operação Eficiência, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira.
Ele teve a prisão decretada depois que dois doleiros fizeram acordos de delação com a Operação “Lava Jato” no Rio e contaram que ele pagou US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio, que está preso.

Conflito
Oito advogados que representavam Sérgio Cabral renunciaram da defesa do peemedebista alegando “conflito de interesses”. Os criminalistas também atuam na defesa do empresário Eike Batista.
A defesa de Cabral era encabeçada pelos criminalistas Ary Bergher e Raphael Mattos, sócios do escritório Bergher & Mattos. Os dois representam Eike Batista em outros processos na Justiça, como a ação penal que tramita na 3ª Vara Federal Criminal do Rio.
Nela, o fundador do grupo é acusado dos crimes de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas (insider trading) na negociação de ações da empresa de construção naval do grupo, a OSX.
O peemedebista vinha conversando com seus advogados sobre a possibilidade de fechar um acordo de delação e havia fechado a troca de Ary Bergher pelo criminalista Sérgio Riera.
Riera foi responsável pela delação premiada na “Lava Jato” de Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos na Diretoria Internacional da Petrobras. À época, o advogado negou ter sido contratado por Cabral. Segundo ele, seu trabalho, atualmente, estava relacionado somente à defesa da ex-mulher de Cabral Susana Neves Cabral.

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