Hollande pede que União
Europeia apresente resposta a Trump
AFP
Francês pediu firmeza à UE em resposta a Trump
LISBOA - O presidente francês, François Hollande, pediu neste sábado
(28) à União Europeia que "responda" com "firmeza" ao
americano Donald Trump, que comemorou o Brexit como "algo
maravilhoso", enquanto o primeiro-ministro português, Antonio
Costa, defendeu uma Europa "mais forte e unida".
"Quando há declarações do presidente dos Estados Unidos sobre a
Europa e quando fala do modelo do Brexit para outros países, acredito que
tenhamos que responder", declarou Hollande durante uma reunião de cúpula
dos países do sul da União Europeia (UE).
"Nestes tempos de incertezas, é essencial ter uma Europa mais forte
e mais unida" para "reafirmar os valores da democracia, da
liberdade e de livre comércio", insistiu o anfitrião do encontro, o
premiê português, Antonio Costa.
A declaração final do encontro entre Portugal, Espanha, França, Itália,
Grécia, Chipre e Malta conclama uma União Europeia "forte e
unida" e que se consiga um relançamento econômico do continente.
Prova decisiva
Na sexta-feira, Trump mostrou seu entusiasmo pelo Brexit, que considerou como "algo maravilhoso" ao receber a primeira-ministra britânica, Theresa May, e destacou "a relação especial" entre Washington e Londres.
Na sexta-feira, Trump mostrou seu entusiasmo pelo Brexit, que considerou como "algo maravilhoso" ao receber a primeira-ministra britânica, Theresa May, e destacou "a relação especial" entre Washington e Londres.
O novo presidente americano defende uma política protecionista que
distancia os Estados Unidos de seu tradicional aliado europeu, por quem
até agora mostrou pouco interesse. "A Europa está diante de uma teste
decisivo", insistiu Hollande.
Oficialmente, a mudança radical no comando dos Estados Unidos e as
próximas eleições na Holanda, França e Alemanha não estão na agenda da
reunião em Lisboa, mas suas consequências imprevisíveis estão na mente
de todos.
A União Europeia está "sozinha" desde a posse de Donald Trump,
reconheceu na sexta-feira o presidente do grupo europeu, Jeroen
Dijsselbloem.
Como ocorreu na reunião de cúpula anterior, em setembro em Atenas, os
sete países do sul da União Europeia debatiam neste sábado sobre uma forma
de liberar as travas orçamentárias europeias, diante da ortodoxia alemã, e
favorecer uma "divisão mais justa" do "peso" dos
refugiados.
O objetivo é entrar em acordo antes da cúpula europeia prevista para 3
de fevereiro em Malta, destinada a pensar sobre o futuro da UE sem o Reino
Unido, e em 25 de março na capital italiana para comemorar os 60 anos do
Tratado de Roma, que deu origem à União Europeia.
Entre os assuntos debatidos destaca-se a segurança e defesa, a crise dos
refugiados e a imigração ilegal.
A União Europeia teme se encontrar diante de um fluxo "sem
precedentes" de migrantes chegando na costa italiana, advertiu em
meados de janeiro o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscar, cujo país
assumiu a presidência semestral do bloco.
A cúpula anterior de Atenas foi classificada pela direita alemã como uma
reunião social, que pode semear a discórdia na Europa.
"No novo contexto criado pelo Brexit deve-se reafirmar a vitalidade
e a unidade da Europa", explicou à AFP uma fonte do governo
português.
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