Mercado prevê PIB ainda
pior em 2016
Tatiana Lagôa
Contrariando a teoria de que a economia do país já bateu no fundo do
poço, a projeção de mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou
ainda pior. O boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), que traz
as projeções de analistas de mercado para os principais indicadores
macroeconômicos, aponta para uma queda de 3,37% do PIB neste ano, enquanto há
sete dias o esperado era uma retração de 3,31%.
Esta é a sexta vez seguida que é verificada deterioração das
expectativas. No primeiro boletim divulgado pelo BC neste ano, no dia 8 de
janeiro, as projeções eram de um PIB negativo em 2,99%.
Para 2017, a expectativa de crescimento da economia brasileira foi
reduzida pela quarta vez seguida, ao passar de 1,20% para 1,13%.
Atividade
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), divulgado em outubro, que é considerado uma prévia do PIB, também mostrou um recuo da economia de 0,91% em agosto ante julho. Este é o menor patamar desde dezembro de 2009.
Atividade
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), divulgado em outubro, que é considerado uma prévia do PIB, também mostrou um recuo da economia de 0,91% em agosto ante julho. Este é o menor patamar desde dezembro de 2009.
Endossando o movimento continuado de recessão, estão as expectativas
também negativas para a produção industrial no país. As projeções presentes no
último boletim Focus dão conta de uma queda de -6,06%. Na semana anterior, o
esperado era uma redução de 6%.
Para o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, a pesquisa
indica que os problemas da economia vão além da troca de governo. Apesar de a
crise ter sido agravada pelo componente político, a mudança do presidente da
República não foi suficiente para promover a retomada dos investimentos no país
e de uma guinada na economia, ao contrário do que acreditavam alguns analistas.
“É simplificar muito a questão achar que a mudança de governante iria
resolver todos os problemas macroeconômicos do país. Os próprios empresários
ainda temem o que pode acontecer com a economia e com os negócios deles. Então
não há espaço para investir e gerar empregos”, afirma.
Equilíbrio
O economista acredita que só é possível pensar em reversão do quadro econômico quando o governo equilibrar as contas públicas, reduzir os juros e controlar a inflação.
O economista acredita que só é possível pensar em reversão do quadro econômico quando o governo equilibrar as contas públicas, reduzir os juros e controlar a inflação.
No que se refere ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice
oficial de inflação, os analistas são mais otimistas. A projeção média da
inflação para este ano caiu de 6,88% para 6,84%. Para 2017, a estimativa passou
de 4,94% para 4,93% em uma semana.
O recuo se justifica pela deterioração do emprego e da renda. “Os
consumidores estão com menos dinheiro para consumir. A consequência é a queda
dos preços”, afirma.
Dólar
A projeção para o dólar no fim deste ano subiu de R$ 3,20 para R$ 3,22. Para 2017, a estimativa passou de R$ 3,39 para R$ 3,40.
Fechado na sexta-feira, o boletim não captou completamente o efeito das eleições de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos sobre a moeda. O dólar chegou a R$ 3,40 no dia seguinte à eleição, maior patamar desde junho deste ano.
A projeção para o dólar no fim deste ano subiu de R$ 3,20 para R$ 3,22. Para 2017, a estimativa passou de R$ 3,39 para R$ 3,40.
Fechado na sexta-feira, o boletim não captou completamente o efeito das eleições de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos sobre a moeda. O dólar chegou a R$ 3,40 no dia seguinte à eleição, maior patamar desde junho deste ano.
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