Odebrecht negocia acordo
bilionário com Brasil, EUA e Suíça
Folhapress
Ao mesmo tempo em que finaliza uma megadelação, com cerca de 70
executivos, a Odebrecht negocia, com com o objetivo de salvar o grupo da
bancarrota, um acordo de leniência com os Estados Unidos e a Suíça, que deve
resultar no que os procuradores americanos consideram a maior multa já paga em
tratos desse gênero no mundo, de cerca de R$ 6 bilhões.
O valor final, que ainda está sob discussão, será dividido pelos três
países, segundo a reportagem apurou. No estágio atual das negociações, o Brasil
ficaria com pouco mais da metade dos R$ 6 bilhões e os EUA com o segundo maior
montante.
A Siemens detém o recorde de valor pago por violações da lei americana
anticorrupção, com uma multa de US$ 800 milhões em 2008 (hoje o valor equivale
a R$ 2,5 bilhões).
O acordo negociado com os Estados Unidos contempla tanto o Odebrecht
como a Braskem, indústria petroquímica que pertence ao grupo e é a maior da
América Latina. A avaliação na Odebrecht é que o acordo nos Estados Unidos é
tão essencial para a sobrevivência do grupo quanto o que está sendo costurado
no Brasil.
Se as tratativas com os EUA fracassarem, o grupo pode quebrar, na
avaliação dos negociadores da Odebrecht. Foi por esse mesmo motivo que Emílio
Odebrecht, que preside o conselho de administração do grupo, decidiu fazer os
acordos no Brasil, contra a vontade de seu filho, Marcelo Odebrecht, que está
preso desde junho do ano passado.
O grupo Odebrecht e a Braskem têm negócios nos Estados Unidos e
violaram, em tese, uma lei que proíbe o pagamento de propina a agentes públicos
no exterior chamada FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), ou Lei Anticorrupção
no Exterior.
A Odebrecht é a maior empreiteira brasileira e o grupo teve um
faturamento de R$ 132 bilhões no ano passado.
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