Mais de 60% das rodovias
mineiras apresentam problemas, mostra pesquisa da CNT
Renato Fonseca
Desgaste do asfalto, traçado sinuoso e precariedade das placas colocam
em risco a vida de quem trafega nas rodovias mineiras. Mais da metade das
estradas apresentam falhas no pavimento, geometria da via e sinalização.
Pesquisa divulgada ontem mostra que as condições são regulares, ruins ou
péssimas em 61,8% da malha analisada. Apenas 38,2% foram avaliadas como boas ou
ótimas.
Os dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) colocam Minas
acima da média nacional. No país, 58,2% das rodovias apresentaram algum tipo de
problema. O levantamento foi feito entre 4 de julho e 2 de agosto em toda a
malha pavimentada federal e nas principais pistas estaduais, incluindo trechos
concedidos à iniciativa privada.
Dos mais de 100 mil quilômetros analisados, quase 15 mil ficam no
Estado. A pesquisa é divulgada anualmente e, em 2015, a quantidade de
quilômetros avaliados em Minas foi menor, o que impede uma comparação entre os
resultados.
Pista simples
Reclamação antiga de muitos condutores, a quantidade de vias com pista
simples de mão dupla também ganha destaque no relatório. De cada dez estradas
mineiras, oito têm essa característica. Com relação à superfície do asfalto há
problemas como trincas, remendos, afundamentos, ondulações e buracos.
“A manutenção deveria ser feita de forma mais efetiva e frequente, pois
(a falta de manutenção) é um processo evolutivo de perda de qualidade e vai
gerando incrementos de elevação de custo e de queda de segurança”, disse o
diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. “Lembrando que o Brasil está
investindo hoje uma média de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões (em rodovias), estamos
a anos-luz da situação ideal e equacionar esse problema é uma atribuição que o
governo terá que fazer”, acrescenta.
Possível solução
Engenheiro civil especialista em transporte e trânsito, Márcio Aguiar
engrossa o coro da falta de investimento em manutenção. Para ele, a melhor
solução é incentivar os processos de concessão. “A iniciativa privada, em
parceria com o Estado, ajuda a injetar investimentos em recuperação”. Sobre os
38% de trechos analisados como bons ou ótimos, Aguiar foi categórico. Ele
acredita que o número é bem menor. “Encontrar uma rodovia em estado ótimo é
algo raro”, afirma.
Em nota, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas
Gerais (DEER/MG) informou que não iria se manifestar sobre a pesquisa porque
ela ainda não tinha sido analisada pelos técnicos do órgão. No entanto, frisou
que o investimento previsto para a manutenção rodoviária e implantação e
pavimentação de estradas no Estado, em 2016, é de R$ 750 milhões.
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