Das eleições que são e não
são nossas
Stefan Salej
Exagerar que, para onde vão Estados Unidos, vai o Brasil, como aconteceu
no regime militar, não vale mais hoje em dia. Mas, que as eleições no país do
Tio Sam no dia 8 de novembro com os candidatos, Hillary Clinton pelos
democratas e Donald Trump pelos republicanos, chacoalham o mundo, não há
nenhuma dúvida. A campanha à qual assistimos diariamente está a pleno vapor e
mais quente do que nunca. Os debates na televisão são verdadeiro telecach, ou
seja luta livre de palavras, acusações e agressões verbais, que milagrosamente
ainda não levaram a socos e pontapés. Se alguém se espelha pelo padrão dessa
campanha para melhorar a democracia no seu próprio país, creio que o eleitorado
vai agradecer esse tipo de padrão democrático. No vale tudo só se procuram
defeitos do adversário. Aliás, o campeonato está difícil porque os dois
candidatos têm tantos que não dá para fazer a contabilidade.
É claro que a percepção da apresentação dos candidatos, fora dos Estados
Unidos, está ligada aos padrões sociais de cada um no seu país. As mulheres do
Brasil de classes sociais diferentes enxergam os dois candidatos diferente do
que as mulheres, por exemplo, do Sudão. O mesmo vale para os homens da Alemanha
ou do Japão. Mas, essas percepções nada têm que ver com o que percebem os
candidatos eleitores nos Estados Unidos. E tem mais: mesmo lá, as percepções
são mais variadas de região a região e, em especial, por gênero, raça e
situação social. E o que vale é que é o voto dos norte-americanos que vai
eleger o presidente ou a presidente do país mais poderoso do mundo neste
momento.
Aí é que começam nossas preocupações. Quais são as propostas que Hillary
e Trump têm para melhorarem a economia dos Estados Unidos? O país saiu, na era
de Obama, da grave crise de 2008, mas ainda não se recuperou totalmente. A
valorização do dólar e a política de juros do país mais endividado do mundo nos
afetam profundamente. E o que se ouve no debate entre os candidatos são disparates
que não nos deixam dormir com tranquilidade. Os Estados Unidos vão continuar
procurando tratados de livre comércio? E com quem?
Na política internacional, além da solução das crises correntes do
Oriente Médio, o terrorismo do Estado Islâmico, a crise da Ucrânia e mais e
mais, os Estados Unidos vão continuar sendo o gendarme do mundo, ou quem é hoje
o inimigo como foi Sadam Hussein ou russos no passado? Qual é o próximo passo
para paz ou guerra?
Esta eleição será, com sua escolha, o que em absoluto não abala o
eleitor norte-americano, a definição de como será o resto do século. De paz e
prosperidade, ou de guerras e volatilidades políticas e econômicas. Podemos
torcer, discutir, ter preferências, mas a decisão será do cidadão norte
americano. A sorte foi lançada.
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