Do Horizonte Internacional
Stefan Salej
Se uma das medidas da internacionalização de Belo Horizonte fosse as
campanhas políticas, e em especial a última para prefeito, nos estaríamos muito
bem nas piores classificações mundiais.
Para começar, o mensalão teve fortes raízes em Minas, e o nível da
campanha para prefeito em Belo Horizonte teve discussões em um nível que até os
marqueteiros dos candidatos norte americanos, onde as acusações pessoais
predominam na campanha, achariam baixas.
E se a isso juntar mais Acrônimo, invasão da Federação das Indústrias pela Policia Federal, e que a sede da Andrade Gutierrez, uma das mais lavadas no processo “Lava Jato”, é em Belo Horizonte (sem falar nos outros atores políticos envolvidos já ou na fila esperando a vez), temos um retrato negativo de fazer inveja a qualquer um.
Mas, por mais que a campanha dos dois candidatos baixe o nível, há uma
realidade no próprio município de Belo Horizonte, a primeira cidade brasileira
planejada no inicio do século passado, que se sobrepõe de forma até
animadora a tudo, e mais, descrito acima. A cidade possui um excelente plano de
internacionalização, produzido pela ainda melhor e mundialmente reconhecida
Fundação Cabral, e executado pela centenária Associação Comercial de
Minas.
Pode não estar andando na velocidade que precisaria, mas está em curso e em nada diminui a sua importância. A abertura de consulados dos Estados Unidos e da Grã Bretanha, mais recentemente, e da Câmara do Comércio Brasil-Israel, só confirmam esta realidade.
Falando em educação, além da Dom Cabral, já fazendo 40 anos, a UFMG,
após um trabalho árduo e persistente, está colocada entre as melhores
universidades da América Latina. Em vários setores, seus pesquisadores, como na
física por exemplo, ou nas área profissional, como engenharia aeronáutica, se
tornaram referenciais mundiais. Mesmo o Departamento de Ciência Política, que
festejou 50 anos, não deixa de ser uma das mais importantes referências
científicas do país.
A onda de inovação e tecnologia passa pela reestruturação eficaz do
CETEC, hoje administrado pelo SENAI MG, e a continuidade de iniciativa pioneira
na área de biotecnologia, BIOMINAS. Belo Horizonte é hoje um centro tecnológico
e de movimento de start up, onde muitos participam, ganham dinheiro e
desaparecem. Mas, também continua sede de empresas nacionais como MRV, Kroton,
Localiza, Tenda, Itambé, Cia.do Terno, escritórios de advocacia como Azevedo
Sette e mais alguns, como a pioneira em capital para empresas tecnológicas FIR.
Em resumo, nem tudo está perdido se medirmos pela campanha.
O vencedor deve virar as páginas de acusações, para desenvolver melhor o
que está desenvolvido e não perder de vista a Belo Horizonte do futuro.
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