sábado, 15 de outubro de 2016

A VENEZUELA QUER INVADIR O BRASIL?



Na fronteira venezuelana

Manoel Hygino 





Quem te viu, quem te vê! É o pensamento que nos aflora quando assistimos à difícil conjuntura por que passa a Venezuela. Um dos maiores produtores de petróleo do mundo, rico e poderoso portanto, viu esvair-se sua força econômica pelo mau uso dos dinheiros públicos e corrupção. De 2005 a 2010, adquiriu 4 bilhões de dólares em armamentos da Rússia “para defender a pátria de Bolívar e a revolução socialista”, como afirmara o presidente Chávez. Em 2011, ao se descobrir com câncer, foi tratar-se em Cuba, mas o seu país já se encontrava em crise, com inflação e mesmo falta de alimentos. O regime entrara em queda, mas ele ainda designou Nicolás Maduro para sucedê-lo.
No dia 11 deste outubro, a Seleção Brasileira de futebol foi a Mérida lutar por uma vaga nas eliminatórias da Copa do Mundo. A cidade fica a 700 quilômetros de Caracas, e a distância possivelmente visasse evitar que os meios de comunicação internacionais tomassem contato direto com a insatisfação nas ruas da capital.
Para suprir as necessidades da delegação brasileira, ela levou arroz e feijão, até água para consumo próprio, além de massas e carnes. Também reforçou o estoque de remédios e itens de limpeza, como sabonete e papel higiênico na bagagem. Explica-se: o presidente Maduro prorrogara o estado de exceção por emergência econômica. Como o Brasil não tem mais voos diretos para a Venezuela, a CBF sentiu-se obrigada a fretar um avião para levar sua comitiva, caso contrário, teria de fazer pelo menos duas escalas.
O cotidiano venezuelano é grave, embora haja silêncio sobre determinados fatos. Milhares de pessoas, famintas, estão atravessando a fronteira brasileira e se alojando em Roraima. Já existe uma pequena favela em Pacaraima, mas também, há as que se alojam em Boa Vista, a capital. Querem comida e trabalho. Famílias, inclusive crianças, precisam do que lhes falta sob regime bolivariano. Não é novidade, apenas se constata que acontece, desde que Chávez e Maduro decidiram isolar-se sob o pálio do bolivarismo, que não traz consigo esperança.
O panorama preocupa, tanto que as autoridades brasileiras enviaram sete caças AMX e dois Hérculos C-130 da Força Aérea para a base aérea de Boa Vista, precaução para alguma emergência. O que pode acontecer: a flotilha aérea enfrentará os aviões adquiridos aos russos? Ou tentará conter a migração na fronteira? É inquietante.
Maduro admite que o país enfrenta “uma situação extrema” pelo declínio dos níveis das dezoito represas do país e exige que as indústrias estatais reduzam o consumo de energia em 20%, o que já é praticado na administração pública e nas atividades da população, que viveu com feriados nas sextas-feiras durante dois meses.
Durante o jogo pelas eliminatórias, ele foi interrompido por vinte minutos em decorrência de fortes chuvas e falta de energia no estádio, enquanto o público gritava “Fora Maduro”. Há um pêndulo sobre o futuro da Venezuela, que importava 70% do que consome. Os meios de comunicação estão cerceados e falta o mínimo indispensável à sobrevivência de grandes segmentos da população.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...