Concorrente de peso para a
‘Lava Jato’
Editorial
Que o Brasil é um dos países onde ocorre mais corrupção no mundo, todos
já sabem, infelizmente. Mas em algumas áreas nossa expertise nos coloca,
tranquilamente, no topo do ranking mundial. Depois de criar o maior esquema de
desvio de verbas públicas envolvendo empreiteiras e uma estatal do petróleo,
agora tomamos conhecimento de outra modalidade de desvio bilionário: os fundos
de pensão.
O que chama a atenção na operação Greenfield da Polícia Federal,
deflagrada ontem, é a “coincidência” no aparecimento de algumas empresas que já
são investigadas no maior esquema de corrupção do país, a “Lava Jato”, como o
grupo JBS e a construtora WTorre. Pessoas ligadas a outras empreiteiras como a
OAS e a Engevix também foram ouvidas. Mais uma vez também o nome do
ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, volta a aparecer. A nova investigação
sobre essas pessoas, físicas e jurídicas, indica claramente que a Petrobras não
foi (ou não é) sede do único mega-esquema de corrupção nacional.
Na verdade, são empresas que parecem ter a vocação para envolvimento em
escândalos de corrupção, em modos semelhantes e tendo como facilitadores dentro
do governo pessoas ou grupos semelhantes – não há corrupção em órgão público
sem conivência de alguém do governo.
No caso dos fundos de pensão, todos devem ser fiscalizados por um órgão
do Ministério da Fazenda, inclusive a participação desses fundos em negócios de
outras empresas, justamente para proteger o capital investido pelos
participantes com o objetivo de obter um complemento para a aposentadoria.
Mas por algum motivo, que não somente os mais de 1,7 milhão de pessoas
participantes dos fundos querem saber, um rombo de R$ 50 bilhões pode ter
ocorrido sem questionamento ou percepção de órgãos de fiscalização.
É de se estranhar como tanto dinheiro, segundo a Polícia Federal, tenha
simplesmente ido pelo ralo com negócios envolvendo empresas já investigadas por
irregularidades em contratos com a Petrobras. Será que nenhum servidor
desconfiou e deu um alerta aos seus superiores? É muita incompetência, não
é!?
Pelo número de envolvidos, essa promete ser a nova novela policial envolvendo boa parte da nossa classe política e empresarial. A “Lava Jato” tem agora uma concorrente de peso.
Pelo número de envolvidos, essa promete ser a nova novela policial envolvendo boa parte da nossa classe política e empresarial. A “Lava Jato” tem agora uma concorrente de peso.
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