terça-feira, 6 de setembro de 2016

O BRASIL É O PAÍS MAIS CORRUPTO DO MUNDO



Concorrente de peso para a ‘Lava Jato’

Editorial 



Que o Brasil é um dos países onde ocorre mais corrupção no mundo, todos já sabem, infelizmente. Mas em algumas áreas nossa expertise nos coloca, tranquilamente, no topo do ranking mundial. Depois de criar o maior esquema de desvio de verbas públicas envolvendo empreiteiras e uma estatal do petróleo, agora tomamos conhecimento de outra modalidade de desvio bilionário: os fundos de pensão.
O que chama a atenção na operação Greenfield da Polícia Federal, deflagrada ontem, é a “coincidência” no aparecimento de algumas empresas que já são investigadas no maior esquema de corrupção do país, a “Lava Jato”, como o grupo JBS e a construtora WTorre. Pessoas ligadas a outras empreiteiras como a OAS e a Engevix também foram ouvidas. Mais uma vez também o nome do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, volta a aparecer. A nova investigação sobre essas pessoas, físicas e jurídicas, indica claramente que a Petrobras não foi (ou não é) sede do único mega-esquema de corrupção nacional.
Na verdade, são empresas que parecem ter a vocação para envolvimento em escândalos de corrupção, em modos semelhantes e tendo como facilitadores dentro do governo pessoas ou grupos semelhantes – não há corrupção em órgão público sem conivência de alguém do governo.
No caso dos fundos de pensão, todos devem ser fiscalizados por um órgão do Ministério da Fazenda, inclusive a participação desses fundos em negócios de outras empresas, justamente para proteger o capital investido pelos participantes com o objetivo de obter um complemento para a aposentadoria.
Mas por algum motivo, que não somente os mais de 1,7 milhão de pessoas participantes dos fundos querem saber, um rombo de R$ 50 bilhões pode ter ocorrido sem questionamento ou percepção de órgãos de fiscalização.
É de se estranhar como tanto dinheiro, segundo a Polícia Federal, tenha simplesmente ido pelo ralo com negócios envolvendo empresas já investigadas por irregularidades em contratos com a Petrobras. Será que nenhum servidor desconfiou e deu um alerta aos seus superiores? É muita incompetência, não é!?
Pelo número de envolvidos, essa promete ser a nova novela policial envolvendo boa parte da nossa classe política e empresarial. A “Lava Jato” tem agora uma concorrente de peso. 



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