Uma análise sobre a
hipocrisia
Simone Demolinari
A origem do vocábulo hipocrisia deriva do o grego hypokrisía, usada para
designar os atores de teatro que tinham habilidade para imitar a fala, gestos e
modos de outra pessoa. Eles usavam máscaras de acordo com o papel que representavam.
Vem daí a adaptação do termo para qualificar alguém que oculta a realidade
atrás de “máscaras”.
Na acepção atual, hipocrisia é o ato de forjar sentimentos,
comportamentos e virtudes nas quais o indivíduo não possui.
A hipocrisia começa por uma fraqueza de caráter. Pessoas incapazes de serem verdadeiras, simulam condutas e exigem do outro aquilo que nem ele mesmo possui. Aos poucos esse comportamento passa a ser um padrão de conduta chegando num nível onde a máscara vira rosto, ficando praticamente impossível separá-los.
A hipocrisia começa por uma fraqueza de caráter. Pessoas incapazes de serem verdadeiras, simulam condutas e exigem do outro aquilo que nem ele mesmo possui. Aos poucos esse comportamento passa a ser um padrão de conduta chegando num nível onde a máscara vira rosto, ficando praticamente impossível separá-los.
A hipocrisia anda de mãos dadas com o dictum de Nicolau Maquiavel que
diz: “os homens em geral formam suas opiniões guiando-se mais pela vista do que
pelo tato, pois a todos é dado ver, mas a poucos é dado sentir. Cada qual vê o
que parecemos ser, mas poucos sentem o que realmente somos”.
Maquiavel sugeria o simulacro, visto que a maioria das pessoas não enxergam além das aparências.
O indivíduo com conduta hipócrita torna-se uma pessoa contraditória:
– A prédica e a prática não coadunam – fala uma coisa e faz outra;
– Condena o outro pelo mesmo crime que comete;
– Carrega consigo um duplo padrão de valores: aplica ao outro penalidades não aplicáveis para si – ao outro o rigor, a si misericórdia;
– Proferem discursos de humildade no auge da sua prepotência.
Maquiavel sugeria o simulacro, visto que a maioria das pessoas não enxergam além das aparências.
O indivíduo com conduta hipócrita torna-se uma pessoa contraditória:
– A prédica e a prática não coadunam – fala uma coisa e faz outra;
– Condena o outro pelo mesmo crime que comete;
– Carrega consigo um duplo padrão de valores: aplica ao outro penalidades não aplicáveis para si – ao outro o rigor, a si misericórdia;
– Proferem discursos de humildade no auge da sua prepotência.
É curioso perceber que, mesmo com esses comportamentos discrepantes, a
sociedade acolhe bem a hipocrisia. Basta observar as pessoas mais verdadeiras
como são julgadas e condenadas. Muitas vezes, dentro da própria família, a
sinceridade parece não ser bem vinda. Por exemplo: uma adolescente que assume
para os pais que faz sexo com o namorado e é penalizada. Caso ela fizesse uso
da hipocrisia, fingindo um comportamento que não tem, nada aconteceria.
A hipocrisia parece ser mais agradável aos ouvidos. Uma espécie de auto
engano concedido. E a política é um outro exemplo. Ganha as eleições quem
consegue blefar mais, prometer mais, iludir mais. E mesmo quando descoberto, se
reelege fazendo uso dos mesmos métodos.
Mas não pára por aí, a hipocrisia também atinge o campo espiritual. Há quem se diz ungido e salvo pela fé, mas no dia a dia vive de forma preconceituosa, desvia dinheiro, rouba, mente, trai. Mas religiosamente vai a igreja e julga quem não o faz. Respeito qualquer tipo de crença, mas penso que um ateu honesto tem mais valor que um religioso hipócrita.
Mas não pára por aí, a hipocrisia também atinge o campo espiritual. Há quem se diz ungido e salvo pela fé, mas no dia a dia vive de forma preconceituosa, desvia dinheiro, rouba, mente, trai. Mas religiosamente vai a igreja e julga quem não o faz. Respeito qualquer tipo de crença, mas penso que um ateu honesto tem mais valor que um religioso hipócrita.
A hipocrisia define uma óbvia falha de caráter. É própria de quem não
possui culpa nem remorso, sendo a única intenção obter vantagem, seja ela
financeira, emocional ou moral.
É importante ressaltar que quem mantém o hipócrita é o entusiasta da
hipocrisia, revezando em si papeis. Ora aplaudindo, ora atuando, mantendo a
farsa mesmo afirmando ser amante da verdade.
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