sexta-feira, 5 de agosto de 2016

OLIMPÍADA EM MOMENTO DIFÍCIL



Espírito olímpico é o maior legado

Editorial Jornal Hoje em Dia 



“Somos agora um país de primeira classe”, disse o ex-presidente Lula, em 2009, logo após a cerimônia que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Com indicativos econômicos e sociais crescentes naquela época, não havia dúvidas que faríamos um grande evento.
Sete anos se passaram, veio a crise, e, ontem, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse que “o momento não é fácil”, ao se referir aos preparativos para a cerimônia de abertura, marcada para hoje, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Já a maior parte da população ainda não parece empolgada com as competições e acha os gastos exagerados para sediar o evento, principalmente aqueles que não acompanham os esportes diariamente e somente assistem quando há jogos ou disputas de grandes proporções.
“Em 2012, a imprensa de Londres questionou os custos para receber os jogos, no entanto, após a competição, os ingleses viram que valeu a pena”
Aos que compartilham dessa opinião lembramos que esse pessimismo na véspera de eventos de grande porte é normal e já ocorreu, inclusive com os países mais ricos. Antes os Jogos de Londres, em 2012, por exemplo, a imprensa local questionou os custos e esforços públicos para receber os jogos, no entanto, após a competição, os ingleses viram que valeu a pena receber os jogos.
Nós mesmos na Copa do Mundo de 2014, passamos por algo parecido. Os jornalistas estrangeiros apostavam no caos, principalmente após as manifestações de um ano antes. Ao fim da competição, todos elegeram a Copa sediada pelo Brasil a mais festiva de todas – embora, para nós, ela não tenha terminado muito bem em termos futebolísticos.
Se compararmos à expectativa criada em 2009, realmente não vamos fazer aquilo que pretendíamos. Mas talvez estamos sendo muito duros com nós mesmos. Por que temos que fazer os jogos iguais aos países ricos? Por que temos que ter o sincronismo e tecnologia mostrados pela China em 2008? Os jogos frios e tecnicamente perfeitos dos ingleses são mesmo parâmetro para nós?
Somos obrigados a fazer o melhor possível, sim, mas precisamos mostrar acima de tudo o que somos e o que temos de bom. E temos que oferecer as melhores condições para os atletas, as grandes estrelas dos jogos, e as instalações estão de acordo com o padrão internacional.
Apesar dos custos dos jogos serem discutíveis, que muitas das coisas não terem sido entregues, assim como ocorreu na Copa do Mundo, todos os Jogos Olímpicos deixam um legado para o país sede muito além das arenas e dos sistemas de transporte. Esse evento costuma deixar marcas positivas na alma população que tem a oportunidade de participar de perto.
Por isso, se tiver oportunidade, deixe o pessimismo de lado e viva o clima da Olimpíada. Permita que o espírito olímpico deixe um legado em você.



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