Espírito olímpico é o maior
legado
Editorial Jornal
Hoje em Dia
“Somos agora um país de primeira classe”, disse o ex-presidente Lula, em
2009, logo após a cerimônia que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos
Olímpicos de 2016. Com indicativos econômicos e sociais crescentes naquela
época, não havia dúvidas que faríamos um grande evento.
Sete anos se passaram, veio a crise, e, ontem, o presidente do Comitê
Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse que “o momento não é fácil”, ao se
referir aos preparativos para a cerimônia de abertura, marcada para hoje, no
estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Já a maior parte da população ainda não
parece empolgada com as competições e acha os gastos exagerados para sediar o
evento, principalmente aqueles que não acompanham os esportes diariamente e
somente assistem quando há jogos ou disputas de grandes proporções.
“Em 2012, a imprensa de Londres questionou os custos para receber os
jogos, no entanto, após a competição, os ingleses viram que valeu a pena”
Aos que compartilham dessa opinião lembramos que esse pessimismo na
véspera de eventos de grande porte é normal e já ocorreu, inclusive com os
países mais ricos. Antes os Jogos de Londres, em 2012, por exemplo, a imprensa
local questionou os custos e esforços públicos para receber os jogos, no
entanto, após a competição, os ingleses viram que valeu a pena receber os
jogos.
Nós mesmos na Copa do Mundo de 2014, passamos por algo parecido. Os
jornalistas estrangeiros apostavam no caos, principalmente após as
manifestações de um ano antes. Ao fim da competição, todos elegeram a Copa
sediada pelo Brasil a mais festiva de todas – embora, para nós, ela não tenha
terminado muito bem em termos futebolísticos.
Se compararmos à expectativa criada em 2009, realmente não vamos fazer
aquilo que pretendíamos. Mas talvez estamos sendo muito duros com nós mesmos.
Por que temos que fazer os jogos iguais aos países ricos? Por que temos que ter
o sincronismo e tecnologia mostrados pela China em 2008? Os jogos frios e
tecnicamente perfeitos dos ingleses são mesmo parâmetro para nós?
Somos obrigados a fazer o melhor possível, sim, mas precisamos mostrar
acima de tudo o que somos e o que temos de bom. E temos que oferecer as
melhores condições para os atletas, as grandes estrelas dos jogos, e as
instalações estão de acordo com o padrão internacional.
Apesar dos custos dos jogos serem discutíveis, que muitas das coisas não
terem sido entregues, assim como ocorreu na Copa do Mundo, todos os Jogos
Olímpicos deixam um legado para o país sede muito além das arenas e dos
sistemas de transporte. Esse evento costuma deixar marcas positivas na alma
população que tem a oportunidade de participar de perto.
Por isso, se tiver oportunidade, deixe o pessimismo de lado e viva o
clima da Olimpíada. Permita que o espírito olímpico deixe um legado em
você.
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