Um eleitor mais exigente
Editorial Jornal
Hoje em Dia
Os candidatos a prefeito dos mais de 5 mil municípios brasileiros vão
ter que mudar as campanhas não somente pelas novas e rígidas regras impostas
pela Justiça Eleitoral. Desde a última eleição municipal, muita coisa mudou na
política e na sociedade brasileira. As manifestações de 2013, os gastos
exorbitantes nas obras da Copa do Mundo, uma eleição duríssima para presidente,
crise econômica sem precedentes e escândalos de corrupção na maior empresa do
país... Tudo isso parece ter servido para que o eleitor ficasse um pouco mais
atento ao que se promete em propagandas eleitorais.
Falando especificamente de Belo Horizonte, a falta de propostas foi o
ponto mais enfatizado por adultos e jovens entrevistados pelo Hoje em Dia.
Também se explica. Grande parte dos candidatos não é conhecida pelo público em
geral e teve que se apresentar ao eleitor.
Um grupo considerável de concorrentes é formado por pessoas que
estiveram, nos últimos anos, fora da linha de frente de discussão de problemas
da cidade com a população e governos Estadual e Federal. Preferiram concentrar
esforços nos interesses de grupos mais restritos de moradores, que,
naturalmente, formam o seu respectivo eleitorado. Em uma cidade tão importante
para o país como BH é, não deveria ser assim, conforme ressaltou muito bem uma
das pessoas entrevistadas na reportagem.
A história de um candidato de uma cidade de 2,5 milhões de habitantes
precisa ser extensa e marcada por envolvimento nos principais desafios que a
cidade enfrentou e ainda não conseguiu solucionar. Como outro cidadão falou,
com propriedade, “os problemas da cidade a gente já sabe quais são”.
Com os concorrentes ainda se apresentando a menos de dois meses da
eleição, fica difícil o morador da capital não dissociar a figura de alguns
candidatos atuais com a daqueles políticos que só aparecem de dois em dois anos
para pedir voto.
Se os candidatos apostavam na propaganda eleitoral na TV para se tornar
conhecidos, os primeiros programas mostraram que eles terão que ralar bem mais
para conquistar o voto dos cidadãos. Os marqueteiros, contratados muitas vezes
a peso de ouro, terão que mudar também a maneira com que tradicionalmente
encaravam o eleitor. A população mostra que não vai aceitar qualquer
coisa.
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