Entre Dilma e Temer
Opinião Jornal Hoje
em Dia
Aristoteles Atheniense*
O início do governo de Michel Temer, embora não haja resultado em medidas auspiciosas, serviu para proporcionar aos brasileiros a esperança de que não estão despencando mais “para o fundo do poço”, como vinha acontecendo até maio passado.
Setores do empresariado já vislumbram prenúncio de estabilização. A
fixação de limites para gastos governamentais não deixa de ser um fato
alvissareiro, ante ao que vinha ocorrendo com a elevação constante dos índices
de desemprego, desestimulando investimentos externos.
O pronunciamento do presidente da Confederação Nacional da Indústria,
Robson Andrade, propondo o aumento de horas da jornada de trabalho,
descontentando lideranças sindicais, decorreu dos cálculos a que chegou a CNI:
queda mensal do faturamento real (3,8%), das horas de trabalho (3,6%), do
emprego (0,8%) e do rendimento médio real (1%).
Ainda é preocupante a situação enfrentada pela indústria de veículos,
mesmo que a produção de junho tenha atingido a 2,6% a mais que a de maio. Este
percentual ficou 19,2% abaixo do alcançado no ano anterior.
Inobstante o que retratam esses índices, Dilma Rousseff insiste em
reassumir a presidência para retomar a “nova matriz econômica”. Em suas
declarações, confessou haver incorrido em erro por ter confiado a economia ao
“neoliberal Joaquim Levy”. Este, por sua vez, foi sabotado durante toda a sua
gestão pelo lulopetismo, frustrando os seus planos iniciais.
Segundo Dilma, a sua volta importará em “devolver os direitos que estão
sendo retirados dos brasileiros”. Trata-se de um delírio incontido que a levou,
inclusive, a minimizar o reajuste de 12,5% que Temer e Meirelles concederam aos
beneficiários do Bolsa Família.
A elevação desse auxílio não pode ser creditada ao governo interino,
tendo sido consequência da “cobrança” do PT e daqueles que aplaudiam a
presidenta nas concentrações que ela promoveu no interior do Palácio do
Planalto.
Tomada dessa alucinação demagógica, Dilma vem censurando a gestão de
Michel Temer pela “absoluta irresponsabilidade fiscal” ao conceder aos
servidores federais melhoria de salários que ela própria se comprometera a dar.
Ainda que o presidente transitório não consiga fazer o milagre de
recompor o país desmoronado nas gestões petistas, forçoso é reconhecer que
estamos na expectativa de melhores dias, não havendo como conceber o regresso
daquela cuja administração foi marcada por sucessivos escândalos, expondo o
Brasil ao descrédito internacional.
(*) Advogado e Conselheiro Nato da OAB Diretor do IAB e do IAMG
Presidente da AMLJ

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