segunda-feira, 20 de junho de 2016

VAMOS LUTAR POR UMA NOVA POLÍTICA



Vácuo deixa porta aberta a qualquer um fora da política

Orion Teixeira 



Ainda longe do desfecho, a crise política generalizada e sem precedentes na política nacional, estadual e municipal, envolvendo as lideranças da maioria absoluta dos partidos, criou um vácuo que poderá ser preenchido pelo que chamam de ‘outsider’, entendido aí como um aventureiro ou nome estranho à política tradicional. Sem estruturas partidárias ou militância política, ele poderia recorrer à própria fama ou crédito pessoal para ocupar o espaço. Os mais lembrados seriam Joaquim Barbosa (ex-presidente do STF), o juiz federal Sérgio Mouro, Faustão, entre outros.
Ninguém consegue imaginar que os atuais presidentes de partidos, presidenciáveis, governadores e assemelhados, e o atual sistema político, sejam capazes de encontrar uma saída de reerguimento do país. O presidente substituto, Michel Temer (PMDB), tropeça todos os dias nas próprias pernas, erros e despreparo, agravados pela falta de legitimidade.
A recuperação da economia, por exemplo, daria apenas alguma sobrevida a um sistema político que faliu, ruiu ou, se preferir, apodreceu. Não se trata aí de fórmulas obscuras, como a de chamar militares e suas ditaduras de recente e desastrosa experiências institucional e humana (1964-1984). Eleger técnicos ou ‘postes’ também frustrou as expectativas. Nos últimos anos, antevendo a catástrofe, os políticos passaram a apontar saídas técnicas, como as do atual prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), até esgotá-las completamente.
Os reflexos estão aí para todos os lados, por meio de fracassos administrativos, intermináveis denúncias, delações premiadas e pesquisas apontando mais de 50% de indecisos nas eleições municipais deste ano e índice até maior para as gerais (presidenciais e estaduais) de 2018. Vale esclarecer que políticos não nascem corruptos nem aprendem os malfeitos só em Brasília.
A reforma política deveria renascer das cinzas, mas, é claro, não com essa formação congressual, contaminada pelas práticas aviltadas e integrada por 27 partidos. Se houvesse fundamento, o ideal seria a convocação de uma Constituinte exclusiva. Antes de desanimar, temos que aprender com nossos próprios erros e mirar exemplos bem-sucedidos de outros.

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