Maldita, recessão é
'melhor' herança de Dilma
Fernando Canzian
Sem nada melhor para mostrar e de saída, Dilma Rousseff deixa a recessão
atual talvez como melhor herança maldita da desgraça em que nos meteu a partir
de 2012, quando iniciou sua Nova Matriz Econômica.
A atual crise e o ajuste em curso foram criados pela presidente afastada
e por sua equipe econômica, que aprofundou medidas de correção no ano passado
com o ex-ministro Joaquim Levy na Fazenda.
Justiça seja feita, tudo estaria bem mais tenebroso se Dilma tivesse
cedido ao PT e pisado no acelerador do populismo em 2015. Gastando mais e
evitando o ajuste e a recessão que, ironicamente, foram determinantes em sua
queda.
A mudança de comando e os efeitos da atual crise abriram algumas brechas
para uma melhora futura, como a inflação em queda, a possibilidade de corte nos
juros mais à frente e a boa evolução das contas externas (leia Otimismo com Temer? ).
Segundo o IBGE, março foi o melhor mês para a indústria desde junho de
2014, com a produção crescendo em 10 das 14 regiões. O setor opera hoje a menos
de 80% da capacidade, o que abre a chance de uma recuperação sem pressões
inflacionárias.
Entre consumidores, o índice de expectativas da Fecomercio-SP subiu ao
maior patamar também desde 2014. E as previsões do mercado (pesquisa Focus)
para inflação e PIB deste ano e do próximo são cada vez menos terríveis.
A esperança de melhora se dá sobre terra arrasada, com famílias
endividadas em níveis recordes, o desemprego em alta ainda por muito tempo e as
contas públicas arruinadas.
Mas ela é um fato. E Michel Temer se livra do ônus da responsabilidade
pela recessão. A cobrança sobre ele será pela volta do crescimento e da
distribuição de renda sustentáveis.
Algo que o PT conseguiu, de forma até surpreendente, antes das
invencionices econômicas e mentiras de Dilma Rousseff.
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