Jucá e o teatro de Brasília
José Antônio Bicalho
Na política é assim: eu sei, você sabe, todo mundo sabe, mas eles
continuam negando. Negam a suspeita, a evidência e a prova. Mentem no maior
descaramento, contrariando a lógica e desrespeitando nossa inteligência.
Para que o teatro não caia no ridículo, se cercam de pompa e assumem ar circunspecto. Quando confrontados com seus crimes e mesquinharias, desviam do assunto, sobem no banquinho e fazem discursos elevados.
Mas imprevistos acontecem e, por vezes, colocam os atores nus. Aí a coisa toda se torna divertidíssima. Gravações, então, são uma maravilha. Todo mundo já sabia quem é Romero Jucá, mas ouvir a gravação do homem público tramando no privado não tem preço.
E ontem chegamos ao clímax da peça, em que Jucá tentou explicar o que queria dizer com “estancar a sangria”. Não se referia, disse ele, a estancar a sangria da operação Lava-Jato, mas “da economia e da situação social do desemprego, além da crise política”.
O problema é que o público, mesmo acostumado com a má qualidade do teatro de Brasília, impõe um limite do suportável ao ator canastrão. E Jucá caiu ontem mesmo. Não foi demitido pelo diretor da companhia, Michel Temer, que se fingiu de morto. Pediu licença do cargo para não perder o foro privilegiado e não ser preso.
As gravações deixam evidente que a derrubada da presidente Dilma Rousseff teve o objetivo de brecar a Lava-Jato, que ameaça levar para a cadeia mais da metade dos congressistas. Essa é outra daquelas verdades que todo mundo sabe, mas que é negada até a morte.
Separei, então, dois trechinhos da fala gravada de Jucá que achei os mais iluminadores: “Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições sem ela (Dilma)’. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca”.
“Tem que resolver essa p.... Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria”.
Vaias, o ator sai de cena, cai o pano.
Para que o teatro não caia no ridículo, se cercam de pompa e assumem ar circunspecto. Quando confrontados com seus crimes e mesquinharias, desviam do assunto, sobem no banquinho e fazem discursos elevados.
Mas imprevistos acontecem e, por vezes, colocam os atores nus. Aí a coisa toda se torna divertidíssima. Gravações, então, são uma maravilha. Todo mundo já sabia quem é Romero Jucá, mas ouvir a gravação do homem público tramando no privado não tem preço.
E ontem chegamos ao clímax da peça, em que Jucá tentou explicar o que queria dizer com “estancar a sangria”. Não se referia, disse ele, a estancar a sangria da operação Lava-Jato, mas “da economia e da situação social do desemprego, além da crise política”.
O problema é que o público, mesmo acostumado com a má qualidade do teatro de Brasília, impõe um limite do suportável ao ator canastrão. E Jucá caiu ontem mesmo. Não foi demitido pelo diretor da companhia, Michel Temer, que se fingiu de morto. Pediu licença do cargo para não perder o foro privilegiado e não ser preso.
As gravações deixam evidente que a derrubada da presidente Dilma Rousseff teve o objetivo de brecar a Lava-Jato, que ameaça levar para a cadeia mais da metade dos congressistas. Essa é outra daquelas verdades que todo mundo sabe, mas que é negada até a morte.
Separei, então, dois trechinhos da fala gravada de Jucá que achei os mais iluminadores: “Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições sem ela (Dilma)’. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca”.
“Tem que resolver essa p.... Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria”.
Vaias, o ator sai de cena, cai o pano.

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