Anulação de sessão do impeachment; governistas comemoram
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Nilson Bastian/Câmara
dos Deputados
O líder do Democratas na Câmara, Pauderney Avelino (AM)
O líder do Democratas na
Câmara, Pauderney Avelino (AM), classificou como "decisão
esdrúxula" a anulação das sessões que votaram o impeachment
e chamou o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de "desequilibrado".
"Quero deixar claro que essa decisão dele não tem
nenhum valor", afirmou Avelino. "Não cabe mais ao presidente da
Câmara agir sobre um processo jurídico perfeito e concluído."
"É uma decisão de uma pessoa desequilibrada, de um
títere, é uma decisão de uma pessoa que está subserviente ao terminal governo
do PT", afirmou o deputado.
Avelino afirmou que a oposição vai ao STF (Supremo Tribunal
Federal) recorrer contra a anulação das sessões, e que o presidente do Senado,
Renan Calheiros, pode recusar a decisão de Maranhão.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse
que "a matéria remetida da Câmara para o Senado não tem caminho de
volta". "Trata-se de ato jurídico perfeito e acabado. Inacreditável a
audácia dos protagonistas. Não resiste a um mandado de segurança", disse.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassay (BA), disse que
já estão "redigindo o mandado de segurança". "Sobre o recurso,
ainda vamos decidir", completou o líder tucano
Imbassahy afirmou que
"é um equívoco gravíssimo" a decisão do presidente interino da
Câmara. "A abertura do processo contra Dilma é um ato jurídico perfeito.
Houve uma decisão da Câmara com mais de 360 votos a favor", disse.
O senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), que preside a Comissão Especial de Impeachment no Senado, disse que a decisão "não tem efeito jurídico ou prático".
No entendimento do peemedebista, "a Câmara perdeu total
e absoluto controle no momento que entregou o processo ao Senado". "O
Senado Federal não segue o que determina a Câmara dos Deputados", completou
o parlamentar, que disse estar preparado para votar a abertura do processo
nesta quarta (11).
O relator da comissão especial do impeachment no Senado,
Antonio Anastasia (PSDB-MG), informou que não vai comentar a decisão por se
tratar de um ato da Câmara.
Em nota, o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil), Claudio Lamachia, disse que
"esse tipo de ação atende a interesses momentâneos de alguns grupos
políticos, mas ignora as decisões legítimas já tomadas",
afirmou. "A OAB não aceita que, neste momento em que a sociedade
brasileira espera que a crise seja superada com respeito a Constituição Federal,
coloque-se em prática um vale-tudo à margem da Carta."
Do outro lado, comemoração
Já o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães
(PT-CE), negou que o governo tenha pressionado o presidente interino da Câmara,
Waldir Maranhão (PP-MA), a anular a sessão de votação do pedido de impeachment
na Câmara.
Ele reconheceu que o processo de impeachment não está
anulado, mas sim as sessões da Câmara, incluindo a da votação que aprovou o
pedido de impeachment. "Não está anulando, mas volta para a Câmara",
disse.
Guimarães ainda defendeu a decisão de Maranhão. "Não
tem nada de intempestividade, isso é discurso da oposição. Intempestivo foi
todos os atos pretéritos desse processo aqui na Câmara. E mesmo assim nós fomos
até o final. A lei tem que valer na hora que você perde e na hora que você
ganha", disse.
O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse
que a decisão "é um primeiro
passo" para anular o processo do impeachment todo.
Enquanto o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que"o jogo começou de novo".
A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) afirmou nesta
segunda-feira (9) que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai
remeter o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff para a
Câmara. "Renan deve remeter todo o processo à Câmara dos Deputados",
disse Grazziotin.
Presidente da comissão no Senado garante:
"anulação não terá efeito prático"
Por Jovem Pan
O presidente da
comissão especial disse que a Câmara não tem mais poder sobre o processo
O presidente da Comissão Especial do Impeachment, o senador Raimundo
Lira (PMDB-PB) garantiu, em entrevista à Rádio Jovem Pan, que a decisão
do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de
anular a tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff,
não terá nenhum efeito prático e que o cronograma seguirá conforme o planejado.
Lira afirma que não há efeito prático, mas apenas político sobre o
processo, que foi feito conforme a lei e protocolado no Senado Federal. Ele
ainda ressaltou que apenas o Superior Tribunal Federal (STF) tem poder para
anular o impeachment no momento.
“Essa decisão não tem efeito prático, é apenas político. Quando Eduardo
Cunha presidio os trabalhos da câmara, ele fez porque detinha os poderes
previstos na constituição. A Reunião foi feita com o rito definido pelo STF.
Então só o STF pode anular aquela reunião e não vai fazê-lo porque foram eles
que definiram aquilo”, explicou.
O presidente da comissão especial rejeitou a ideia de haver uma nova
votação por conta da decisão de Maranhão. Isso só acontecerá caso o Senado
decida por não dar andamento ao impeachment.
“Só haverá uma nova votação se eventualmente o Senado rejeitar a
admissibilidade, fica extinto e arquivado”, falou.
COMENTÁRIO
Essa confusão toda de continuação ou paralisão do impeachment da presidente Dilma é toda
política partidária e não tem nada de jurídico.
Vejamos: o STF suspende o mandato do Presidente da Câmara
dos Deputados e afasta seu presidente, a CGU através do ministro Cardoso,
veemente defensor da Dilma, prometeu há poucos dias que iria suspender o
impeachment da Dilma e o fez através de seu aliado Presidente interino da
Câmara dos Deputados, no dia de hoje.
Não é um país sério, realmente.


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