Simone Demolinari
Diferentemente do que muitos pensam,
hipocondríaco não é exatamente a pessoa que toma remédio para tudo ao menor
sinal de um problema, mas sim aquele que pensa de forma frequente que possui
alguma doença grave.
Quem sofre desse distúrbio permanece num estado psíquico obsessivo, acreditando que o pior está por vir – interpretam uma tosse como possibilidade de câncer de pulmão. Mediante a constante ansiedade, gastam parte do tempo falando sobre o problema e outra parte se dividindo entre médicos, exames, hospitais e farmácias.
O curioso é que, quando um hipocondríaco se deparara com um diagnóstico positivo, ele se frustra e acredita que não foi bem investigado. A partir daí, procura outro profissional, dando a entender que só irá se sentir satisfeito quando encontrar uma doença.
Este é o caso de Mercês, uma senhora de 70 anos que recebeu a indicação para uma cirurgia de catarata. Seu filho, também médico, não concordou com o diagnóstico e recomendou a visita a outro especialista. Este, por sua vez, disse que seu problema, por estar em fase inicial, não era caso cirúrgico. Inconformada, procurou o terceiro profissional, que também disse que a intervenção não seria necessária. Mediante a evidente comprovação de que seu caso não necessitava cirurgia, Mercês continuou acreditando que devia operar.
Já Antonio, um hipocondríaco assumido de 26 anos, era tão preocupado com a possibilidade de adoecer, que deixava de tomar remédios prescritos pelo médico temendo que o efeito colateral desse causasse outra doença.
Entre os hipocondríacos, há um grupo dos que ficam eufóricos com o lançamento de novas drogas, desejando até adoecer para testar a eficácia. Alguns chegam até a antecipar o uso da medicação no intuito de “prevenir” a enfermidade.
Mas nem todos que exageram nos remédios são hipocondríacos, há quem encontre na medicação uma forma equivocada de ampliar sua resistência emocional sem precisar fazer muito esforço. São aqueles que por preguiça de fazer uma dieta optam pela medicação para reduzir o apetite; por não querer resolver o casamento ruim, optam por tomar tranquilizantes. Formas tortas de mascarar o problema, ao invés de solucioná-los.
É importante ressaltar que no sentido mais amplo da palavra, o álcool e as drogas também fazem o papel de “remédio” – em doses moderadas são usados para “relaxar” e em altas doses para anestesiar a realidade. Me lembro de uma pessoa que se posicionava enfaticamente contra remédios e dava sua receita: “acho um absurdo remédio para dormir, eu fumo meu cigarro de maconha todo dia e fico ótimo”.
Não há como condenar o outro pelo mesmo crime no qual se cumpre sentença. Consumir droga, acreditando que ela seja uma dependência mais “saudável” que remédio, é um equívoco. Ao invés de comprar vícios, melhor seria tentar caminhar rumo a evolução, abandonando o que não é benéfico para si e deixando que o outro também o faça.
Quem sofre desse distúrbio permanece num estado psíquico obsessivo, acreditando que o pior está por vir – interpretam uma tosse como possibilidade de câncer de pulmão. Mediante a constante ansiedade, gastam parte do tempo falando sobre o problema e outra parte se dividindo entre médicos, exames, hospitais e farmácias.
O curioso é que, quando um hipocondríaco se deparara com um diagnóstico positivo, ele se frustra e acredita que não foi bem investigado. A partir daí, procura outro profissional, dando a entender que só irá se sentir satisfeito quando encontrar uma doença.
Este é o caso de Mercês, uma senhora de 70 anos que recebeu a indicação para uma cirurgia de catarata. Seu filho, também médico, não concordou com o diagnóstico e recomendou a visita a outro especialista. Este, por sua vez, disse que seu problema, por estar em fase inicial, não era caso cirúrgico. Inconformada, procurou o terceiro profissional, que também disse que a intervenção não seria necessária. Mediante a evidente comprovação de que seu caso não necessitava cirurgia, Mercês continuou acreditando que devia operar.
Já Antonio, um hipocondríaco assumido de 26 anos, era tão preocupado com a possibilidade de adoecer, que deixava de tomar remédios prescritos pelo médico temendo que o efeito colateral desse causasse outra doença.
Entre os hipocondríacos, há um grupo dos que ficam eufóricos com o lançamento de novas drogas, desejando até adoecer para testar a eficácia. Alguns chegam até a antecipar o uso da medicação no intuito de “prevenir” a enfermidade.
Mas nem todos que exageram nos remédios são hipocondríacos, há quem encontre na medicação uma forma equivocada de ampliar sua resistência emocional sem precisar fazer muito esforço. São aqueles que por preguiça de fazer uma dieta optam pela medicação para reduzir o apetite; por não querer resolver o casamento ruim, optam por tomar tranquilizantes. Formas tortas de mascarar o problema, ao invés de solucioná-los.
É importante ressaltar que no sentido mais amplo da palavra, o álcool e as drogas também fazem o papel de “remédio” – em doses moderadas são usados para “relaxar” e em altas doses para anestesiar a realidade. Me lembro de uma pessoa que se posicionava enfaticamente contra remédios e dava sua receita: “acho um absurdo remédio para dormir, eu fumo meu cigarro de maconha todo dia e fico ótimo”.
Não há como condenar o outro pelo mesmo crime no qual se cumpre sentença. Consumir droga, acreditando que ela seja uma dependência mais “saudável” que remédio, é um equívoco. Ao invés de comprar vícios, melhor seria tentar caminhar rumo a evolução, abandonando o que não é benéfico para si e deixando que o outro também o faça.
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