segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

QUAL É O NOSSO FUTURO?




Jornal Hoje em Dia
Aquiles Leonardo Diniz - vice-presidente da Associação nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento



É difícil arriscar dizer qual será o futuro do Brasil, mas podemos afirmar com certeza que o momento atual marcará definitivamente seu destino. O país antecipa o seu fracasso ao repetir no presente os erros do passado. A classe política insiste em manipular a opinião pública com declarações confusas, no complexo tabuleiro do xadrez político, que mais deturpa que colabora para o sentimento de pertencimento da população, fundamental na definição do rumo a ser tomado daqui para frente.
É certo, também, que sem o apoio popular medida alguma alcançará o sucesso desejado. A população brasileira precisa se sentir protagonista do movimento por um novo projeto para o país. Precisa ir às ruas não apenas para protestar, mas para influenciar decisivamente na mudança de atitude necessária para erguer o país à condição de nação soberana, livre da corrupção e jamais ser subjugada aos desmandos dos poderosos de plantão.
Melhor seria se houvesse a possibilidade de podermos realizar um plebiscito, onde a sociedade pudesse decidir num prazo razoável o futuro do governante, sem os arranjos das relações, de certo modo, contaminadas pelo ambiente congressista. Congresso que sequer representa tanto assim os desejos da população, já que os interesses corporativos têm falado mais alto.
Ninguém em sã consciência espera passar pelo constrangedor processo de impeachment presidencial no qual ingressamos. Sabemos que o impedimento como mecanismo do sistema presidencialista é de fundo basicamente político. A situação é traumática e causará feridas abertas de longo prazo. No entanto, não podemos esperar que o projeto político que aí está posto, desgastado em função das ingerências do governo, se revigore do nada a ponto de restabelecer a confiança perdida, necessária à retomada do crescimento econômico. O governo perdeu o seu “time” e o processo de impeachment pode ser o momento ideal para discutir o país abertamente com a sociedade, o que ainda não foi feito nem pelo lado do governo e muito menos pelo Congresso Nacional.
Apesar do iminente transtorno, o cenário que delineia um novo comando traz a esperança de dias melhores, a luz no fim do túnel que poderá mudar positivamente a perspectiva do país em relação aos setores nacionais e internacionais. A esperança de que falo tem nome e sobrenome, é o vice-presidente Michel Temer, considerado um dos maiores constitucionalistas do país. Com vasta experiência de vida parlamentar, sendo por três vezes presidente da Câmara dos Deputados, Temer já demonstrou ser um político moderador e, sem dúvida, capaz de reunificar o país em torno de um novo projeto político, econômico e social de desenvolvimento sustentável.
Respaldado na vontade e força do povo brasileiro, Temer tem tudo para realizar um bem-sucedido governo de transição, criando condições favoráveis à execução de uma agenda estrutural que faça o país crescer. O apoio da população é o sinal da discordância do modelo adotado pelo atual governo. O apoio político também virá para dar sustentação às reformas que o Brasil tanto almeja. Talvez, seja ele o único líder devidamente pronto para assumir o desafio de liderar a retomada do crescimento nesse momento tão delicado a fim de que o país realize com segurança a travessia da ponte das incertezas do mundo em crise.
Caberá ao novo governante a urgente obrigação de mostrar serviço. Ao povo, não basta ir às ruas pedir impeachment, é preciso fiscalizar diuturnamente as ações dos governos, denunciando qualquer suspeita de desvio ou mau uso do dinheiro público, de favorecimento ou do não cumprimento da lei. Não podemos nesse momento crítico fugir ao compromisso de nacionalidade, deixando o país ser vítima do patrimonialismo deliberado à custa das irresponsabilidades de governantes descompromissados.
Se todo poder emana do povo, a hora é de fazer valer os seus direitos. Para não hipotecar o futuro do país é preciso escolher criteriosamente o presente. Comecemos a mudar o futuro, mudando o dia de hoje.

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