Japão e Coreia do Sul
reagem a anúncio da Coreia do Norte de lançar satélite
Agência Brasil
O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Han Min-koo, ordenou nesta
sexta-feira (5) ao Exército que responda de forma “ativa” ao anúncio de
lançamento norte-coreano de um satélite a bordo de um foguete, enquanto Tóquio
testa um sistema de alerta.
“As nossas Forças Armadas devem manter uma excepcional preparação física
e mental para o combate”, afirmou Han Min-koo, durante uma reunião de
emergência com autoridades militares por causa do anúncio feito na terça-feira
(2) pelo regime da Coreia do Norte.
O ministro ordenou ao Exército, na mesma reunião, que “reaja de forma
ativa”. Apesar das declarações, não se espera que a Coreia do Sul responda
militarmente no caso de a Coreia do Norte concretizar o lançamento.
O regime de Kim Jong-un comunicou a várias entidades internacionais,
como a Organização Marítima Internacional (OIM), que colocará em órbita um
“satélite” entre os próximos dias 8 e 25, havendo a suspeita de que em
discussão está, na realidade, o lançamento encoberto de um míssil.
O ministro da Defesa de Seul também adiantou que a Coreia do Sul e os
Estados Unidos da América vão destacar um grande dispositivo de vigilância para
efetuar um exaustivo acompanhamento da trajetória do foguete espacial
norte-coreano.
Já o Japão testou hoje o seu sistema de alerta implantado em todo o
país, diante da possibilidade de ter de utilizá-lo em breve por causa do
anúncio da Coreia do Norte.
A entidade japonesa de bombeiros e prevenção de desastres usou o serviço
de avisos de emergência J-Alert para enviar uma mensagem a diferentes
autoridades locais, informou a agência Kyodo.
O J-Alert faculta alertas rápidos do governo central para facilitar
evacuações urgentes e outras ações em caso de desastre.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida, garantiu hoje que o
Japão está preparado para responder, caso seja necessário, e também vai
"continuar a exercer a sua influência” para reunir e analisar informação
com o objetivo de “proteger a segurança” nacional.
“O Japão também vai cooperar com a comunidade internacional para instar
a Coreia do Norte a atuar com moderação”, disse ainda o chefe da diplomacia
nipónica, citado pela agência de notícia.
Por seu lado, o ministro da Defesa, Gen Nakatani, revelou que manteve
hoje conversações de alto nível com os seus homólogos de Washington e Seul,
através de uma videoconferência em que trocaram informações.
As três potências “colaboram de perto” para analisar as atuais
circunstâncias, frisou.
O último lançamento desse tipo por parte da Coreia do Norte aconteceu em
2012, quando a Coreia do Norte conseguiu colocar em órbita um satélite através
do seu foguete de longo alcance Unha-3, uma ação que a comunidade internacional
considerou como parte do seu programa de desenvolvimento de mísseis
intercontinentais e que deu lugar à aplicação de novas sanções por parte da
ONU.
Mudanças em voos no Japão
As companhias aéreas japonesas ANA e Japan Airlines (JAL) anunciaram
hoje mudanças em diversos planos de voo devido à intenção anunciada pela Coreia
do Norte de lançar em breve um foguetão, teoricamente para pôr um satélite em
órbita.
Entre os dias 8 e 25 de fevereiro – prazo dado pela Coreia do Norte –,
as duas transportadoras vão desviar os aviões que sobrevoam as águas ao largo
das Filipinas, onde podem cair fragmentos.
A alteração vai afetar três voos regulares da ANA – dois que ligam
Tóquio a Manila, e um terceiro entre Jacarta e Tóquio – e dois da JAL (de
Jacarta para Tóquio e de Tóquio para Manila).
As ligações devem registar atrasos entre cinco e dez minutos, segundo as
duas companhias aéreas.
O regime comunista assegura que o seu programa espacial tem fins puramente
científicos, mas os Estados Unidos e os seus aliados – Coreia do Sul e Japão –
consideram-no uma cobertura do seu programa de desenvolvimento de mísseis
balísticos intercontinentais.
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