quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

TRATE LOGO, O PROBLEMA É GRAVE!



  

Simone Demolinari



A disfunção erétil – ou impotência sexual, como é popularmente conhecida – é a incapacidade de ter ou manter ereção de qualidade para o ato sexual. Ela pode ser causada por fatores orgânicos ou psicogênicos. Aqui, iremos tratar apenas do segundo caso.
Estima-se que 70% dos casos de disfunção erétil em homens com menos de 40 anos de idade estejam ligados a fatores emocionais. São eles:
Estresse – um momento turbulento, preocupações, problemas profissionais, financeiros, situação de luto.
Ansiedade – Insegurança, preocupação excessiva com o desempenho, medo de falhar, perfeccionismo, autoestima baixa, sensação de inferioridade, vergonha do corpo.
Ambiente – local inadequado, iluminação desconfortável, barulho incômodo.
Culpa – sensação de que está fazendo algo errado, educação rígida, culpa religiosa, relação extraconjugal, peso de consciência.
É importante ressaltar que a falta de ereção não significa ausência de excitação. Mesmo com o desejo libidinal intenso, o órgão sexual pode não reagir, ou reagir inicialmente e não se manter rígido.
O estado de tensão pode inibir o mecanismo de ereção porque o cérebro, que recebe e envia os estímulos para o enrijecimento do pênis, também pode impedir que isso aconteça. O que prova que os fatores psicológicos são mais poderosos do que imaginamos. Eles simplesmente se impõem ante a química cerebral e prevalecem. Há quem diga que o principal órgão sexual é o cérebro.
Numa cultura como a latina, cuja identidade está assentada na crença de que o homem tem que estar sempre a postos para o sexo, uma pessoa com disfunção erétil, mesmo que em condição transitória, sente-se “carta fora do baralho”. Ao se sentir assim, muitos optam pelo caminho mais simples: os remédios. Embora não tratem o problema, algumas vezes sim, o resolvem.
O remédio por si só não é garantia de êxito no desempenho. Não são raros os casos de pessoas que, mesmo ingerindo medicação para essa finalidade, não conseguem obter resultados. Isso pode resultar em outro problema: a super dosagem, que, na maioria das vezes, continua sem resolver a questão e ainda expõe a pessoa a sérias complicações. Nosso sistema emocional é tão poderoso que pode se sobrepor até ao mecanismo artificial de ereção. Muitas vezes, a mesma pessoa que se queixa de disfunção erétil também relata ereções noturnas ou pela manhã, ao acordar. Tal fato tanto exclui as causas orgânicas quanto deixa claro que a dificuldade se dá em situação de ansiedade.
É importante ressaltar que a influência dos fatores emocionais só ocorre em homens sensíveis a eles – psicopatas, por exemplo, dificilmente terão esse problema. Quando têm, põem a culpa na parceira. Já aqueles que possuem uma maior consciência sofrem muito com a situação e, por vezes, recolhem sua vida sexual.
Vencer a inibição e procurar ajuda profissional, tanto médica quanto psicológica, é mais eficaz que ficar esperando o problema se resolver sozinho. Se existir uma relação amorosa, é preciso quebrar o tabu e falar abertamente com a parceira. Num ambiente de confiança e ajuda mútua, a sexualidade vai muito além da ereção.

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