Clique Ciência: um dia o
planeta Terra vai acabar?
Cintia Baio
Colaboração para o UOL, em São Paulo
Colaboração para o UOL, em São Paulo
"Se" e "quando" a Terra vai acabar são duas
perguntas que há muitos anos a ciência, as religiões e os que adoram uma teoria
da conspiração tentam responder. A verdade é que talvez nosso planeta não
acabe, mas a maioria dos cientistas acredita que a vida que há nele,
inevitavelmente, vai ter um fim. Só não sabemos como e quando isso acontecerá.
Pode parecer uma previsão bastante pessimista, mas a extinção de vida na
Terra já aconteceu outras vezes ao longo dos mais de 5 bilhões de anos de sua
existência. Há 65 milhões de anos, por exemplo, os dinossauros foram extintos
após um meteoro atingir nosso planeta. Logo, as chances dessas extinções em
massa acontecer novamente (e várias vezes) são grandes.
A quantidade de teorias sobre como isso vai acontecer é enorme, por
isso, listamos apenas algumas que são as mais prováveis:
Fim do Sol, fim da Terra
Caso não haja nenhuma interferência da natureza (como tsunamis, enormes
vulcões em erupção ou meteoros atingindo a Terra) ou do homem, a extinção do
Sol é a causa mais provável para fim do nosso planeta.
Isso acontecerá porque a nossa grande estrela passará por um estágio
natural de evolução, comum a todas as estrelas. Primeiro ele vai aumentar de
tamanho e ficar ainda mais quente. Depois, ele se tornará mais frio, mais
vermelho, e engolirá Mercúrio, Vênus, Terra e, deve chegar nas proximidades de
Marte.
Em seguida, seu material inflado será abandonado para o espaço e restará
um núcleo denso, que não mais produz a luz e calor de uma estrela. "A
Terra não será destruída, mas será uma pedra sem qualquer vida orbitando o
núcleo deixado por uma estrela que cumpriu toda sua evolução", explica
Leandro Guedes, astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro.
A previsão é que esse processo comece daqui a cerca de 4,5 bilhões de
anos. Mas antes mesmo desse estágio, as modificações estruturais do processo de
evolução do Sol tornarão a vida na Terra impossível. Com o Sol cada vez maior e
mais brilhante, o calor poderá derreter todo o gelo do planeta e também secar
de vez as águas dos oceanos. É mais difícil fornecer um tempo para isso, mas as
previsões mais pessimistas falam em torno de 500 mil anos.
Meteoro certeiro
Um outro apocalipse que povoa o imaginário popular é com o impacto de
asteroides. Segundo Guedes, "nenhum asteroide poderia de fato destruir a
Terra, mas, novamente, poderia causar uma extinção em massa, como aconteceu com
os dinossauros".
Hoje, os astrônomos estimam que cerca de 1,1 mil asteróides com mais de
1 km de diâmetro costumam passar próximos da Terra com certa frequência. Todos
podem ser potenciais causadores de uma catástrofe, como a que aconteceu com os
dinossauros.
A boa notícia é que agora temos algo que os dinossauros não tinham.
"Hoje conseguimos monitorar diversos objetos grandes que podem representar
algum perigo. São os chamados Objetos Próximos da Terra (ou NEOs, do inglês
Near Earth Objetcs). Se um dia, algum desses objetos for observado em rota de
colisão, essa observação será feita décadas antes da colisão em si, e temos
tecnologia para desviar esse objeto de sua trajetória", explica Guedes.
Desastres naturais
Outras teorias sobre o fim da vida na Terra mostram que tanto o nosso
próprio planeta quanto quem vive nele, no caso, os humanos, podem ser os
verdadeiros responsáveis pelo fim da vida na Terra.
O aquecimento global, palavra que está na moda, pode ser um deles. A
atmosfera funciona como um escudo que mantém o planeta aquecido e protege a
Terra dos raios do sol. Com a destruição das florestas, a temperatura está
aumentando além do previsto. O resultado é o que já conhecemos: derretimento
das geleiras, aumento rápido da temperatura e prováveis inundações.
Por outro lado, corremos o risco de morrer de frio. Uma outra teoria
mostra que a Terra já teve períodos gelados, ou as glaciações. Segundo os
estudos, esses períodos duram cerca de 100 mil anos e entre eles existem os
chamados períodos "interglaciais", que são mais quentes. Portanto,
estaríamos nesse período e prontos para enfrentar o próximo passo do ciclo.
Isso sem citar possíveis tsunamis, super-vulcões adormecidos que podem
entrar em erupção, super-vírus devastando populações inteiras e, até mesmo,
guerras nucleares provocadas por nós mesmos.
"Quando pensamos no fim da Terra ou da vida, é importante
pensar no seguinte: nossa sociedade evoluiu muito até hoje, e continuamos
evoluindo. Mesmo com a previsão pessimista de "apenas" 500 mil anos,
talvez os habitantes da Terra nessa época tenham à sua disposição tecnologias
que nem conseguimos imaginar hoje", diz Guedes.
Qual o tamanho da Terra perto do resto do Universo?
A Terra pode parecer enorme quando vista por um astronauta de uma nave
espacial em sua órbita, mas bastam algumas comparações com outros astros e
formações do espaço para que nos sintamos bem pequenos. Confira a seguir qual o
tamanho do nosso planeta perto de outros elementos do espaço... E
surpreenda-se! Wikimedia
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