Leida Reis
As datas estão em nós como nós as
sustentamos. Dividimos nossa vida e os anos em dias para lembrar. Talvez faça
mais sentido assim, pois o que seríamos sem a cultura das celebrações? O
recém-comemorado Dia das Bruxas foi também o do autor de “Os Mortos de
Sobrecasaca”, Carlos Drummond de Andrade, já que em 31 de Outubro (data de sua
morte) foi celebrado o “Dia D”, Dia da Poesia.
Esse Finados, introspectivo no Brasil, é festivo em outros países. Celebrar o Dia dos Mortos é uma escolha da América Latina e dos Estados Unidos – reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade. No Brasil, o Dia de Finados tem tônica distinta, menos colorida e menos alegre. Os brasileiros optam pela homenagem silenciosa, introspectiva, marcada pelas orações e oferta de flores.
Mas cores e festas se espalham pelos países vizinhos no 2 de novembro. No Equador até banquetes são servidos aos pés dos túmulos. No México, os parentes dos mortos dançam nos cemitérios e pelas ruas das cidades, celebrando a vida após a morte. A tradição vem dos Astecas, Maias e outras tribos indígenas que viviam na América antes da chegada dos espanhóis. Um costume comum à maioria desses antepassados é o cultivo do crânio, que permanece na morada como um troféu, um símbolo da vida depois da morte. Os ossos (o material) estão ali só para lembrar que a carne acaba, mas a alma não perde a vida. Na Guatemala, os vivos empinam pipas acreditando numa comunicação com os espíritos dos que partiram para o outro mundo.
O Brasil de sol, samba e Carnaval poderia viver de forma diferente o 2 de novembro. Reverenciar os amigos e parentes mortos é uma sagrada tradição, mas lembrar não precisa ser necessariamente sinônimo de sofrer. Ainda que a ausência seja dolorosa, a esperança nos liga a um reencontro ou, no mínimo, para quem não crê em nada além do pó, a aceitação carrega para dentro a paz.
Não vamos sair por aí, com roupas coloridas, levando pratos saborosos para os cemitérios nem dançando pelas avenidas. Não de uma hora pra outra. Mas ao menos saibamos que o Finados ou Dia dos Mortos não foi criado para a celebração da tristeza. É, no mínimo, o dia de se cultivar as melhores memórias dos nossos afetos mais preciosos.
Esse Finados, introspectivo no Brasil, é festivo em outros países. Celebrar o Dia dos Mortos é uma escolha da América Latina e dos Estados Unidos – reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade. No Brasil, o Dia de Finados tem tônica distinta, menos colorida e menos alegre. Os brasileiros optam pela homenagem silenciosa, introspectiva, marcada pelas orações e oferta de flores.
Mas cores e festas se espalham pelos países vizinhos no 2 de novembro. No Equador até banquetes são servidos aos pés dos túmulos. No México, os parentes dos mortos dançam nos cemitérios e pelas ruas das cidades, celebrando a vida após a morte. A tradição vem dos Astecas, Maias e outras tribos indígenas que viviam na América antes da chegada dos espanhóis. Um costume comum à maioria desses antepassados é o cultivo do crânio, que permanece na morada como um troféu, um símbolo da vida depois da morte. Os ossos (o material) estão ali só para lembrar que a carne acaba, mas a alma não perde a vida. Na Guatemala, os vivos empinam pipas acreditando numa comunicação com os espíritos dos que partiram para o outro mundo.
O Brasil de sol, samba e Carnaval poderia viver de forma diferente o 2 de novembro. Reverenciar os amigos e parentes mortos é uma sagrada tradição, mas lembrar não precisa ser necessariamente sinônimo de sofrer. Ainda que a ausência seja dolorosa, a esperança nos liga a um reencontro ou, no mínimo, para quem não crê em nada além do pó, a aceitação carrega para dentro a paz.
Não vamos sair por aí, com roupas coloridas, levando pratos saborosos para os cemitérios nem dançando pelas avenidas. Não de uma hora pra outra. Mas ao menos saibamos que o Finados ou Dia dos Mortos não foi criado para a celebração da tristeza. É, no mínimo, o dia de se cultivar as melhores memórias dos nossos afetos mais preciosos.
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