Eduardo Costa
Com o título acima – e a autoridade de
consultor respeitado –, Luis Borges fez uma análise em seu blog “Observação e
Análise”, que ouso dividir com os que me prestigiam nas reflexões. Eis a
íntegra:
“A meta de superávit primário, a
economia que é feita para pagamento dos juros da dívida pública, novamente não
foi atingida. A meta inicial era encerrar o ano de 2015 com uma sobra de R$
66,3 bilhões, o equivalente a 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB). Em julho,
era visível que a meta não seria atingida. Por isso, ela foi revisada para
baixo, passou a R$ 8,747 bilhões – 0,15% do PIB. Em outubro, sem atingir a
segunda meta – que ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional, conforme
exigem as Leis de Responsabilidade Fiscal e Diretrizes Orçamentárias –, o
Ministério do Planejamento está propondo a terceira meta para fechar o ano.
Dessa vez, será com um déficit, que pode chegar aos R$ 90 bilhões. Além disso,
está em discussão a meta de superávit primário para 2016 que, em função das
várias variáveis que a cercam, pode ficar muito aquém dos 0,7% do PIB
atualmente previstos.
Onde vão parar as metas? O superávit
primário é mais um exemplo de indicador com sucessivas metas não atingidas.
Outro exemplo de meta fracassada é a da inflação anual, com seu ‘centro da
meta’ em 4,5%. Essa incapacidade de atingir os indicadores cria ambiente
propício para heresias em relação ao sistema de gestão de negócios. A
presidente da República solicitou opções para a criação de uma meta flexível,
casuísmo que finalmente tornará a meta atingível em função da mudança dos
números conforme os choques conjunturais. É como se num jogo de futebol um
pênalti fosse batido com o gol vazio, dependendo apenas do jogador chutar a
bola com alguma direção para marcar.
Na prática, isso significa se isentar
da gestão de riscos ao mesmo tempo em que são revogados conhecimentos
científicos que fundamentam e conceituam uma meta como sendo um objetivo que
possui valor e prazo para ser atingido. Meta flexível, nem eufemismos como
‘centro da meta’, ‘limite inferior’ e ‘limite superior’. O objetivo a ser
atingido é o alvo que faz movimentar todo um plano de ação. Não existe sub
alvo. Para quem, como eu, acredita na essencialidade do conhecimento gerencial
e que a gestão é o que todos precisam para resolver problemas de qualquer
natureza, fica a certeza de que a catequese tem que continuar. Não existe
substituto para o conhecimento, que deve ser continuamente buscado e aplicado
com a disciplina e constância de propósitos que os sistemas e seus métodos
exigem. Esse é o caminho para quem quer ter uma credibilidade sustentável”.
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