domingo, 2 de agosto de 2015

PERIGOS DO EMPREENDEDORISMO



  

Jornal Hoje em Dia
Um dos reflexos da desestruturação atual da economia brasileira tem sido a expansão do empreendedorismo. Mais por necessidade do que por um espírito de investir no próprio negócio. São os profissionais que perderam o emprego e, pela redução das vagas de emprego formais, utilizam os recursos da rescisão para se tornar o próprio patrão.

Reportagem nesta edição mostra que essa decisão deve ser tomada após muita reflexão e estudo sobre a área em que se quer atuar. Em um período de retração no consumo, a análise do mercado é fundamental. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), anualmente são criados até 1,2 milhão de empreendimentos formais, sendo que 99% são microempresas e os chamados empreendedores individuais.

Com o contingente atual de 8,2 milhões de pessoas sem emprego, segundo o IBGE, é de se concluir que o número de novos negócios tenha aumentado. Segundo o Sebrae, três em cada dez desempregados têm optado em ser o próprio patrão. Mas, um cálculo do IBGE aponta que quase a metade das novas empresas fecham as portas após o período de três anos.

Os especialistas recomendam que é essencial ter um plano de negócio. Deve-se pesquisar quem será o público-alvo, fornecedores, custos fixos e variáveis, qual o nível de concorrência e a localização adequada. Tudo isso para evitar frustrações.

Outro ponto a ser evitado é a mistura entre o patrimônio pessoal do dono e o dinheiro das empresa. As retiradas do empreendedor têm que ter correlação com o rendimento da empresa. O dono não pode retirar do caixa o valor que quiser, pois sua renda é determinada pelo lucro do negócio.

Um sistema claro de contabilidade também é fundamental para gerir a capacidade de investimento e obter empréstimos nos bancos. E ainda para evitar ser autuado pela Fisco, que pode suspeitar da honestidade do empresário quando os números da contabilidade estão confusos.

Como se percebe, não é fácil se tornar patrão. Mas o ato de empreender é um fator que possibilita o desenvolvimento da economia do país como um todo, além da geração de postos de trabalho e uma melhor distribuição de renda.


Desemprego cresce e trabalhador se arrisca a abrir o próprio negócio
Janaína Oliveira - Hoje em Dia

Realidade para um número cada vez maior de brasileiros, o desemprego já atinge mais de 8,2 milhões de pessoas no país. Sem fonte de renda e com poucas perspectivas de voltar ao mercado de trabalho, cujas portas estão fechando, trabalhadores demitidos têm tomado o rumo do empreendedorismo. Segundo o Sebrae, três a cada dez dispensados do antigo emprego investem no próprio negócio.

Para entrar no universo dos patrões, entretanto, é preciso muito mais que dinheiro na conta bancária e uma boa ideia na cabeça. Antes de gastar todo o fruto da indenização e do FGTS na abertura da empresa é preciso fazer pesquisa, aprender sobre gestão e elaborar um plano de desenvolvimento do negócio, alertam consultores do Sebrae-MG.

“Percebemos que os novos empreendedores têm um perfil em comum. Na maioria, são pessoas que perderam o emprego. Essa é hoje nossa maior demanda”, diz a analista do Sebrae-MG Silmara Ribeiro, que dá expediente em uma unidade da instituição no Shopping Uai, no Centro de Belo Horizonte.

O movimento aparece também nas estatísticas do IBGE. Em um ano, 522 mil brasileiros passaram a engrossar a fila dos desempregados, aumento de 45% entre junho de 2015 e igual mês no ano anterior. No mesmo período, considerando-se só a Região Metropolitana de Belo Horizonte, pelo menos 8 mil pessoas começaram a trabalhar por conta própria.

“Os números mostram que o aumento de trabalhadores autônomos tem sido uma tendência. Com o crescimento do desemprego muitos fazem esse caminho”, avalia a técnica do IBGE Adriana Beringuy.

Motor

Modalidade que mais cresce no país, a figura do Microempreendedor Individual (MEI ) é o atual motor do empreendedorismo. “A pessoa pode contratar até um funcionário e ter faturamento anual de no máximo R$ 60 mil. Não precisa alugar um espaço e enfrenta menos burocracia. E o mais interessante é o direito a benefícios previdenciários”, detalha Silmara Ribeiro. A analista diz que a formalização da atividade via MEI é o primeiro passo indicado, já que com ela, além da nova carreira, o empreendedor garante a Previdência a custo baixo.




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